Sempre fui céptico quando se fala de "responsabilidade social" nas grandes empresas.
Os relatórios que dão conta do contributo dos grupos económicos em prol da sociedade sempre me pareceram uma forma tosca de esconder a má consciência de administradores e directores.
Com a decisão do Governo de anular os prémios de 500 € aos melhores alunos do secundário, fiquei convencido de que tinha chegado a oportunidade para os grandes empresários se juntarem aos que dizem que o mérito não pode passar sem reconhecimento.
Esperei que uma EDP se adiantasse e chamasse a si a atribuição do prémio… uma Portugal Telecom que viesse dizer não, os melhores alunos têm direito a prémio e sou eu quem o vai pagar; uma Galp que se insurgisse contra a decisão de não premiar o mérito e tomasse como sua essa responsabilidade… mas nada.
Foi por isso com enorme alegria que dei conta de que uma pequena empresa de Viana do Castelo, que felizmente desconhece a importância dos relatórios de "responsabilidade social", não quis defraudar as expectativas do melhor aluno da cidade (média de 19,4 valores e entrou em Medicina no Porto) e fez questão de pagar o prémio imediatamente. Senhores António Mexia, Zeinal Bava e Ferreira de Oliveira… foi pena.
Miguel Alexandre Ganhão, aqui