terça-feira, 18 de outubro de 2011

A PROCISSÃO VAI NO ADRO

Já estão aí os protestos contra as duras medidas de austeridade, mas podemos seguramente dizer que a procissão ainda vai no adro.

A manifestação (de sábado) dos ‘indignados’, que não teve a expressão que se esperaria num país forçado aos sacrifícios mais penosos das últimas décadas, foi apenas o primeiro sinal de um descontentamento que vai inevitavelmente crescer.

A verdade é que o impacto das medidas impostas pelo Governo só começará a fazer-se sentir a partir do final do ano, nomeadamente com o corte de metade do subsídio de Natal, e logo a seguir o congelamento de salários e pensões, aumento de impostos, mais despedimentos, etc, etc.

Entre os mais duramente atingidos estarão os funcionários públicos, para os quais já foi prometido o corte dos subsídios de férias e de Natal durante dois anos, pelo que é de prever uma onda de greves que, além de se traduzirem em perdas financeiras, tornarão a nossa vida ainda mais difícil.

Mas, para lá dos funcionários públicos, serão muitos, demasiados, os portugueses com motivos para se indignarem. E se à revolta se juntar a desesperança, o Governo, aí sim, terá razões para temer tumultos.

José Rodrigues, aqui