quarta-feira, 12 de outubro de 2011

O PRESIDENTE COMO PROBLEMA

Respondendo ao repto de Alberto Zenha Martins.

Começo por saudar o Alberto que está a passar por uma fase fantástica da sua vida.  Depois de acabar o curso, depois de casar e ter um filho, regressa à actividade política e à intervenção no Notícias de Bustos, assim como no blogue pessoal.

Parabéns e força porque precisamos de nova gente, de debate de ideias e de uma visão política mais ampla e democrática.

No texto que aqui publicou no passado dia 6 de Outubro ( Problemas e prioridades) Alberto Zenha Martins faz um bom diagnóstico da situação política local quando diz, “ em Bustos faltaram os projectos, faltou a discussão e, acima de tudo, a persistência. Os grandes problemas foram sucessivamente adiados.”

Pena é que não adiante nenhum projecto, uma única ideia, nomeadamente sobre a Feira que, justamente, aponta como exemplo de um problema sempre adiado.

Logo depois Alberto Martins faz uma afirmação que se explica no contexto da militância partidária, mas nada tem a ver com os interesses da região. Ou seja, repetindo o discurso que o Sr. Presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro, Mário João, veio fazer a Bustos também o nosso Alberto considera que deve ser Bustos (nomeadamente a sua Junta de Freguesia) a propor caminhos, soluções para o desenvolvimento local. Diz até que tal é urgente, “sob pena de um Presidente de Câmara, continuar a aguardar que os responsáveis locais decidam.”

Isto é coisa que me deixa de boca aberta. Então quem é o responsável político e líder do concelho? Quem é que define estratégias de desenvolvimento a nível concelhio? Quem é que tem os meios, as equipas e o dinheiro? Quem é que arrecada os nossos impostos?

O que o Sr. Presidente da Câmara fez quando reuniu em Bustos, mais do que lançar um desafio envenenado pedindo que lhe indicássemos o caminho a seguir, foi uma enorme confissão de incapacidade. Só por incapacidade, só quem não tem qualquer projecto ou simples ideia para o sul do concelho é que vem a Bustos propor que sejam o Presidente da Junta local e a população em geral a definirem as políticas do município.

No contexto de uma estratégia concelhia é que se deve debater a questão de Bustos, nomeadamente os terrenos da Feira. Se a zona industrial está situada a norte do concelho não será estratégico implementar uma moderna área comercial a sul? Os terrenos da feira, localizados junto ao cruzamento estratégico do Sobreiro, não poderão suprir tal exigência? Porque não um Retail Park para Bustos? Porque não estudar a questão numa perspectiva mais ampla, numa perspectiva concelhia?

O Sr. Presidente da Câmara, aparentemente, não pensa a globalidade do concelho, não tem qualquer estratégia. Está à espera que lhe indiquem o caminho….

De forma clara o escrevo, o Sr Presidente da Câmara é hoje um homem assustado por alguns processos judiciais, sem capacidade nem projecto de acção, que esgotou um reportório político feito do despesismo, o mesmo que levou Portugal à presente situação.

Um homem que não gosta de actas. O tempo das Feiras do Cavalo, dos festivais musicais, da multiplicação de edifícios públicos, das avenidas e rotundas, da Volta a Portugal em Bicicleta, está a ficar muito caro e mais caro ficará. (E mesmo com a política dos impostos máximos não conseguiremos pagar a factura.)

O tempo do despesismo público acabou e é altura de o PSD perceber que o Sr. Mário João também não tem futuro. Se, com humildade republicana, não se candidatar às próximas eleições estará a fazer um favor ao partido e ao concelho.

Aqui fica um primeiro contributo para o debate. Bem precisamos dele.

Belino Costa, aqui