E pronto: acabou-se o estado de graça de Pedro Passos Coelho.
Verdade que havia sinais: aumentar os impostos e atirar com metade do subsídio de Natal pela janela já não era, digamos, agradável.
Mas, apesar de tudo, havia nas famílias portuguesas a vaga esperança de que os subsídios de férias e de Natal para 2012 e 2013 seriam deixados em paz.
Em Portugal, esses subsídios são o último balão de oxigénio para tapar os buracos dos orçamentos familiares.
O balão foi-se. O que fica? Fica uma economia recessiva, onde a confiança e o consumo andarão, como já andam, pelas ruas da amargura. E fica também a certeza de que a comunicação de Passos Coelho, por mais dramática que seja, não será com certeza a última.
Resta a pergunta fatal: terminaremos como a Grécia, irrecuperavelmente falidos por força da austeridade? Só o futuro o dirá.
Mas uma coisa é certa: a dureza deste ajustamento vai levar-nos para o ciclo infernal de onde os gregos não voltaram a sair vivos.
João Pereira Coutinho, aqui