quinta-feira, 22 de setembro de 2011

TRIBUNAL ANALISA VISITAS AOS AVÓS PATERNOS DE FILHA DE ADVOGADO ASSASSINADO

Os pais de Cláudio Rio Mendes, o advogado abatido a tiro pelo pai da sua ex-companheira, no inicio de Fevereiro, em Oliveira do Bairro, não desistiram de reclamar o direito a visitas da neta.

A requerimento da família do falecido, o juízo de família e menores de Aveiro da Comarca do Baixo Vouga agendou para o final deste mês uma conferência entre as partes envolvidas no processo de regulação parental que será, tudo indica, conclusiva.

Os avós maternos pediram após a trágica morte de Cláudio Rio Mendes, baleado à queima roupa, que fossem fixadas visitas com a neta de quatro anos, mas até agora o tribunal não tomou medidas urgentes.

15 dias antes de ser assassinado, o advogado de 35 anos tinha conseguido que a juíza titular do processo de responsabilidades parentais, na altura a correr no juízo de família e menores de Estarreja, fixasse um acordo.

O encontro semanal (curto e vigiado), em local neutro, fora autorizado num regime com muitas restrições devido ao historial conflituoso do relacionamento entre os pais. Deveria ser limitado inicialmente a duas horas, com a presença de um familiar do lado materno que inspirasse confiança à filha e apenas no parque de lazer da Mamarrosa, em Oliveira do Bairro, onde ocorreu o crime.

A pedido do tribunal, o Instituto de Reinserção Social (IRS) já esteve na casa dos pais de Cláudio Rio Mendes que reclamam os direitos de visita para elaborar um relatório das condições físicas e envolvente social.

“Se o tribunal nesse dia não fixar ou determinar as condições em que os avós maternos podem receber em casa ou visitar a neta será um falhanço da justiça”, declarou a advogada dos familiares do falecido.

Sem resposta encontra-se a participação feita, após o homicídio, à comissão de protecção de crianças e jovens, por sugestão do Procurador do juízo de família e menores de Aveiro, para que seja averiguado o ambiente familiar em que a neta vive.

Não está posto de parte, como foi já anunciado por Modesto Mendes, irmão de Cláudio Rio Mendes, a entrega de um pedido de inibição do poder paternal atribuído à mãe da menina, uma juíza na Comarca do Baixo Vouga.

"Tudo está em aberto, não sabemos a informação que a comissão de protecção de menores nos vai dar e a própria sensibilidade dos avós paternos durante as visitas", disse a advogada.

Apesar de não abdicarem de visitar a criança, os familiares do advogado falecido dizem recear pela integridade física, alegando que o homicida confesso vai aguardar julgamento em prisão domiciliária depois do Tribunal da Relação de Coimbra ter aceite recursos da defesa.

“O homicida poderá agora gozar a vida e conviver com a neta na sua luxuosa moradia”, escreveram numa nota divulgada publicamente em que pedem para que seja endereçado para a residência de Ferreira da Silva “um voto de parabéns” com os dizeres “Valeu a pena!”.

Retirada daqui