segunda-feira, 8 de agosto de 2011

MINISTÉRIO PÚBLICO RECORRE DA QUALIFICAÇÃO DO HOMICÍDIO EM MAMARROSA, ALEGANDO QUE 'CRIME FOI PLANEADO'

O Ministério Público de Águeda interpôs um recurso no Tribunal da Relação de Coimbra onde pede que o engenheiro Ferreira da Silva, que matou o ex-genro Cláudio Mendes a tiro em Fevereiro, em Oliveira do Bairro, seja julgado por homicídio qualificado.

O procurador não concorda com a decisão do juiz de instrução, que decidiu desqualificar o crime para homicídio simples, punível com uma pena máxima de 16 anos.

No recurso, ao qual o CM teve acesso, o MP defende que o arguido, apesar de afirmar ter medo de Cláudio, nunca mostrou receio e preparou previamente o encontro, levando uma arma. O procurador pretende mesmo que no despacho de pronúncia passe a constar que o homicida, de 62 anos, planeou o crime uma semana antes.

"O crime foi planeado. A ter medo da vítima, porque a levava para almoços com amigos", questiona o MP. O magistrado refuta ainda a ideia de que Ferreira da Silva pensava que Cláudio também estava armado. "Se pensava que a vítima estava armada porque é que não tirou a neta do local? Em vez disso, pegou nela ao colo e dirigiu-se à vítima com a arma empunhada", lê-se no recurso.

No recurso, o magistrado diz também que o homicida agiu com frieza e crueldade perante uma vítima indefesa.

FAMÍLIA NÃO VÊ A MENINA
Desde o dia do homicídio que a família de Cláudio Rio Mendes está impedida de ver a filha daquele, de apenas quatro anos. A juíza Ana Joaquina, mãe da criança, não deixa que aquela esteja com os tios e avós paternos. Ontem, um dos irmãos da vítima, Celso, casou-se. A família, através de um técnico de reinserção social que está com o processo de guarda da criança, deu um convite a Ana Joaquina para que a filha estivesse presente na cerimónia. A juíza impediu, no entanto, a menina de comparecer.

"Nunca tivemos a presença dela numa festa ou data comemorativa, Natal, aniversário, ou um simples fim-de-semana. Estamos impedidos de a ver", escreveu Modesto, irmão da vítima, no Facebook.

Ana Isabel Fonseca e Tânia Laranjo, aqui