sábado, 25 de junho de 2011

FIO DE ESPERANÇA

Aí está o novo governo, jovem, sem pesos pesados da política, com alguns tecnocratas, e com ele uma nova lufada de ar fresco.

Novos trilhos de esperança se abrem para o país. Todavia, não o espera vida fácil. Em dia nenhum, em nenhuma hora. Os desafios são enormes, ciclópicos. A herança é pesada, assustadora.

Tem pela frente, para fazer cumprir, sob pena de falhar a recuperação, um pacote de austeridade de nos tirar a respiração, sabendo todos que este cabo só se vencerá com muita transpiração e inspiração. De todos.

Um pacote que envolve também as reformas que há muito urgia fazer no Estado, mas, por comodismo e tacticismo eleitoral, nenhum governo ousou fazer. Agora, vai doer muito mais…e esbanjaram-se muitos milhares de milhões. Infelizmente, teve que ser a troika a impor-nos regras, que nós, népia. Acabou-se a brincadeira. E os elementos deste novo governo, que mostraram extrema coragem ao aceitar estes tremendos desafios, devem estar cientes de que estão dispostos ao sacrifício total. Jamais poderão pensar em vencer eleições.

Ministro é aquele que deve servir a comunidade (mas nem sempre assim foi - mais se governavam do que geriam decentemente a coisa pública). Alguns sopram que não têm experiência política. Pois bem, farto de profissionais da política e aldrabões, está o país, que, mercê dessa experiência, bateu no fundo.

Em princípio, a cura da nossa doença vem aí. Tardia. Todavia, só será feita se todos quisermos: governo, sociedade civil, sindicatos. Mas os prenúncios não são nada animadores. O BE diz que é o tempo de não baixar as armas; a CGTP, velha correia do PCP, irá lançar greves e manifestações para criar embaraços, desestabilizar em nome dos trabalhadores, que vai prejudicar. Não tardará muito.

Resta-nos ter, finalmente, um fio de esperança. E juizinho. Todos.

Armor Pires Mota, no 'Jornal da Bairrada' de 22 de Junho de 2011