A defesa de Ferreira da Silva, o engenheiro que em Fevereiro matou o ex-genro Cláudio Rio Mendes a tiro no parque da Mamarrosa, em Oliveira do Bairro, quer que o Laboratório de Polícia Científica da Polícia Judiciária analise o vídeo do homicídio, de forma a perceber se houve manipulação das imagens ou possíveis cortes na gravação.
O pedido é feito no requerimento da abertura da instrução do caso.
O engenheiro pede ainda que os telemóveis das pessoas que estavam no parque na altura do crime, entre as quais a namorada de Cláudio e a sobrinha daquela, sejam também analisados para tentar ver se existem mais imagens do homicídio e dos momentos que antecederam aquele episódio.
No requerimento de abertura da instrução, a defesa solicita também que sejam retirados vários fotogramas do vídeo do homicídio, de forma a que seja montado um quadro integral da acção a todos os presentes no momento em que Ferreira da Silva tirou o revólver do bolso. O objectivo será depois comparar tais fotogramas com os movimentos de Cláudio naquele exacto momento. O objectivo é mais uma vez tentar comprovar a tese alegada pelo engenheiro que diz que apenas disparou porque Cláudio colocou a mão direita no bolso e pensou que aquele tinha uma arma.
"Há vários factos relatados pelas testemunhas que não constam do ficheiro de vídeo e que podem ajudar a explicar o que se passou", alega a defesa.
As testemunhas arroladas para o debate instrutório serão inquiridas até ao final do mês.
ALEGA QUE TINHA FORTE AMIZADE COM CLÁUDIO
No requerimento de abertura da instrução, o engenheiro vem também tentar contrariar a tese do Ministério Público que alega que o homicida "odiava" o advogado. Ferreira da Silva garante que tinha uma forte amizade com Cláudio e que tentou por diversas vezes amenizar os conflitos existentes. O homicida juntou inclusive ao requerimento dois e-mails que terá enviado para a vítima.
"Cláudio amigo de há uma dezena de anos, o homem com quem a minha única filha casou e que me deu a minha neta, a minha pérola mais querida", lê-se.
Ana Isabel Fonseca e Tânia Laranjo, aqui
