segunda-feira, 18 de abril de 2011

JÚRI AVALIARÁ CENSURABILIDADE E ALARME SOCIAL CAUSADO PELO HOMICÍDIO EM MAMARROSA

A família de Cláudio Rio Mendes, o advogado de 35 anos que em Fevereiro passado foi assassinado pelo pai da ex-companheira durante uma visita à filha de quatro anos no parque da Mamarrosa, em Oliveira do Bairro, vai requerer que o caso seja julgado por um tribunal de júri.

O objectivo é evidenciar a censurabilidade e o alarme social que o homicídio, que foi filmado por telemóvel, causou.

Para além dos três juízes, que compõem o colectivo, o engenheiro António Ferreira da Silva, de 67 anos, pai da juíza Ana Carriço, será assim também julgado por um júri composto por quatro pessoas que são seleccionadas através dos cadernos eleitorais. São ainda escolhidos mais quatro elementos, que ficam como suplentes.

Os jurados só podem pronunciar-se sobre se o arguido é ou não culpado do crime. A pena a aplicar é decisão exclusiva do colectivo de juízes. Apesar de ser formado por quatro elementos, o júri só tem direito a um voto e, em caso de empate, é o juiz-presidente que decide.

Também já no início de Maio, os pressupostos da prisão preventiva do engenheiro serão reavaliados pela primeira vez. As hipóteses de Ferreira da Silva sair da prisão são, no entanto, poucas. O facto de o vídeo, em que se vê o pai da juíza a assassinar o advogado a tiro com a neta ao colo, ter sido divulgado aumentou ainda mais o alarme social, pressuposto principal que deverá levar a que o juiz de instrução criminal revalide a medida de coacção mais grave, prisão preventiva.

Apesar do passar do tempo, a família e os amigos de Cláudio Mendes não esquecem o advogado e muito menos escondem a revolta que sentem. "Faz hoje dois meses que morreste de uma forma cobarde e cruel!

Não há dia nenhum em que não pense em ti. Rezo para que Deus que te dê toda a felicidade que te roubaram na terra", disse no Facebook Conceição, namorada de Cláudio, no dia em que passaram dois meses sobre a sua morte.

Ana Isabel Fonseca e Tânia Laranjo, aqui