Há cerca de 11.500 anos, no fim da idade do gelo, uma criança morreu perto de um rio, que agora fica no centro do Alaska, nos Estados Unidos. Cientistas norte-americanos descobriram o esqueleto cremado da criança nos restos de uma casa pré-histórica, num sítio arqueológico.
A descoberta foi publicada na quinta-feira, na revista Science.
A criança terá morrido, não se sabendo como, antes de ser cremada num poço no centro da casa. Esse poço teria várias funções, incluindo cozinhar e eliminar resíduos. Segundo os investigadores, depois da cremação, o buraco terá sido fechado e a casa abandonada.
Com esta descoberta, surge uma nova luz no estudo da vida doméstica das primeiras pessoas que terão habitado aquela região. O achado é até agora o mais antigo de sempre no Alaska.
A cremação deixou apenas 20 por cento do esqueleto intacto, o suficiente para fazer análises detalhadas. Os restos humanos incluíam os dentes, o que permitiu aos investigadores identificar a idade da criança - três anos. No entanto, não foi possível reconhecer o seu sexo.
Joel Irish, da Universidade do Alaska, explicou ao jornal Washington Post que as análises conseguiram detectar que o fogo atingiu apenas a parte superior da criança, queimando completamente a cara e destruindo os ossos dessa zona. Apesar de tudo, o resto do corpo não foi todo destruído.
A casa onde os ossos foram encontrados é uma das poucas que remonta aos primeiros dois mil anos da ocupação na América do Norte.
“O sítio arqueológico é verdadeiramente espectacular em todos os sentidos”, disse Ben Potter à agência AFP, concluindo que esta descoberta é muito importante por “trazer novos desenvolvimentos da história nesta parte do mundo na era glaciar”.
Cláudia Carvalho, aqui