quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

DISPUTA DA GUARDA DE CRIANÇA QUE MOTIVOU HOMICÍDIO PODE CONTINUAR

A família do advogado Cláudio Rio Mendes, abatido a tiro de pistola pelo pai da sua ex-companheira, a 5 de Fevereiro, em Oliveira do Bairro, admite pedir a guarda da filha da vítima, de quatro anos, que presenciou o crime.

"Estamos a ponderar requerer a guarda da menina mas nenhuma decisão foi ainda tomada de forma definitiva", disse ao DN o irmão do advogado, Modesto Mendes.

Quem está em “contacto diário” com a menina garante que o seu comportamento após a tragédia de 5 de Fevereiro “é absolutamente normal”, não inspirando cuidados especiais “para além do acompanhamento”dado a partir da altura em que se agudizou o conflito parental em que se viu envolvida.

A criança já se encontrava a receber apoio psicológico após alegados actos de violência doméstica cometidos pelo pai sobre a mãe, há cerca de um ano, que motivaram queixas em tribunal, pedidos de inibição paternal e uma tentativa de internamento compulsivo.

Apesar de ter estado ao colo do avó, António Ferreira da Silva, 63 anos, aquando dos disparos fatais, a filha do advogado assassinado “apercebeu-se apenas da discussão e não da morte do pai”, referiu uma familiar próxima.

“Está bem entregue à família e perfeitamente normal”, assegurou a mesma fonte para quem as imagens do crime agora conhecidas “são as que a outra parte tem interesse em divulgar” para contradizer a tese de legítima defesa do autor.

Escusando-se a entrar em mais pormenores, o advogado do homicida confesso, em prisão preventiva, limitou-se a classificar como “lamentável e vergonhoso” a publicação do vídeo gravado em telemóvel pela sobrinha da companheira do falecido.

Em causa, a alegada violação do segredo de justiça, o que estará na base de Pedro Teixeira anunciar que irá diligenciar no sentido de “apurar os responsáveis e agir em conformidade”, recusando o envolvimento do seu cliente em “batalhas de sangue na praça pública, quando a justiça se faz nos tribunais”.

A ex-companheira do falecido, juíza de direito actualmente na Comarca do Baixo Vouga, onde está colocada no juízo de pequena instância de Ílhavo, deu baixa ao serviço logo após o fatídico fim-de-semana, tendo entregue um atestado médico válido durante 30 dias.

O tribunal de família e menores de Estarreja recomendara que as visitas de Cláudio Rio Mendes deveriam acontecer com a presença de um familiar do lado materno que inspirasse confiança à filha e de preferência sem relações conflituosas com o progenitor, num ambiente protegido.

Contrariamente às garantias dadas, logo na segunda visita semanal de de duas horas, no parque da Mamarrosa, Oliveira do Bairro, nenhuma das partes seguiu os conselhos da juíza titular atendendo ao historial conflituoso do relacionamento entre os pais.

Retirada daqui