"Se não apresenta uma moção de confiança, o BE apresentará uma moção de censura neste Parlamento," disse Francisco Louçã esta tarde.
O líder da bancada parlamentar do Bloco de Esquerda anunciou esta tarde no Parlamento que vai apresentar uma moção de censura ao governo. Francisco Louçã falava no debate quinzenal com o primeiro-ministro e, depois de Sócrates lhe garantir que não iria apresentar uma moção de confiança, Louçã responde: "Se não apresenta uma moção de confiança, o BE apresentará uma moção de censura neste Parlamento."
Sócrates não gostou do que ouviu e num discurso que acabou com a bancada socialista a aplaudir o primeiro-ministro, Sócrates sorri e respondeu: "Vejam bem. Francisco Louçã há dez dias atrás dizia: 'moção de censura não faz nenhum sentido', 'não porque não facilito a vida a ninguém' e agora vai apresentar uma?! Acha que nós não o compreendemos? Que não entendemos a sua táctica? A sua táctica foi antecipar-se ao seu colega do lado [PCP].
Se um diz mata, nós temos de nos antecipar e dizer esfola. Isto é a pobreza do nosso espectro político da nossa esquerda". Uma alusão do primeiro-ministro ao facto de ter sido o PCP o primeiro a admitir a possibilidade de apresentar uma moção de censura ao governo.
Louçã respondeu à "intriga" lançada por Sócrates da relação entre PCP e BE: "À esquerda nunca haverá nenhuma guerra acerca da política porque o que junta pessoas tão diferentes é combater pelo salário, pelo emprego, pelos direitos sociais". E acrescenta que "cada partido decidirá como entende, é assim a democracia." Louça continua nas críticas e diz que foi Sócrates que "faltou à esquerda" e que o Bloco "nunca falta à esquerda".
Depois da troca de críticas entre Louçã e o Sócrates, Jerónimo de Sousa afastou também a "concorrência" à esquerda: "O problema não está neste lado", disse.
Sócrates lamentou o facto de ser da esquerda que vem esta iniciativa e relembrou que é grave para Portugal "uma crise política".
Liliana Valente, aqui