A actuação da juíza Ana Carriço, que se encontrava no parque da Mamarrosa quando o pai baleou mortalmente o ex-companheiro e pai da sua filha, Cláudio Rio Mendes, não foi questionada pelo Conselho Superior da Magistratura.
A magistrada está actualmente de baixa, mas o Correio da Manhã sabe que não foi aberto qualquer inquérito.
A situação em causa não configura o crime de exposição ao abandono, atendendo a que, quando saiu do local, Cláudio estava a ser acompanhado pela namorada e pela sobrinha desta.
E também o facto de o pai se ter entregado imediatamente às autoridades (o posto da GNR é relativamente próximo) fez com que não fosse necessária a sua intervenção.
E também o facto de o pai se ter entregado imediatamente às autoridades (o posto da GNR é relativamente próximo) fez com que não fosse necessária a sua intervenção.
A juíza também saiu do local com uma justificação que poderá ser considerada plausível: levar a filha para casa, onde a entregou à avó materna. Acto contínuo, seguiu para a GNR, onde foi de imediato ouvida como testemunha.
Quanto à menor, está entregue aos cuidados da mãe, embora ainda se discuta a regulação do poder paternal, apesar da morte de Cláudio. Os avós paternos poderão requerer a custódia conjunta.
A menina, de quatro anos, presenciou todos os momentos do homicídio que acabou com a vida do pai, e, de acordo com pedopsiquiatras ouvidos pelo CM, sofrerá certamente sequelas do episódio.
"Não é preciso ser especialista para saber que vai deixar marcas na criança. É difícil, à distância, avaliar a extensão das mesmas. É comparável a um caso de guerra, por exemplo, em que as crianças vêem os pais morrer à sua frente", explicou um pedopsiquiatra que preferiu permanecer no anonimato.
Aliás, foram vários os clínicos contactados durante o dia de ontem pelo CM que preferiram não comentar a situação em concreto por não terem conhecimento profundo da mesma .
Tânia Laranjo e Sérgio Pereira Cardoso, aqui