terça-feira, 18 de janeiro de 2011

PRIMEIRO BEIJO NUNCA SE ESQUECE

A maioria das pessoas recorda-se de 90% dos pormenores, mais do que quando perderam a virgindade.

O primeiro beijo não se esquece. Nunca. É de tal forma memorável, que a maioria das pessoas recorda-se de quase todos os pormenores daquele momento. E a memória do primeiro beijo, seja em que idade tenha acontecido, é muito mais clara do que quando se perdeu a virgindade.

Pelo menos, é esta a conclusão de um estudo liderado por Sheril Kirshenbaum, investigadora da Universidade do Texas.

Segundo o estudo, a maioria das pessoas recorda-se de 90% do momento em que beijou pela primeira vez. "O primeiro beijo pode ser muito poderoso, porque implica todos os nossos sentidos: cheiro, sabor, incluindo o toque. Um enorme afluente de informação é enviado para os nossos corpos enquanto estamos a aceder à nossa compatibilidade com a outra pessoa", explicou ao DN Sheril Kirshenbaum.

A complexidade da influência do beijo mereceu tanta atenção por parte da investigadora, que até escreveu um livro com o nome The Science of Kissing: What Our Lips Are Telling Us (A Arte do Beijo: O Que os Nossos Lábios nos Estão a Dizer). Kirshenbaum referiu que a investigação foi conduzida por psicólogos especialistas em memória. Uma das conclusões foi que o primeiro beijo "tem um efeito enorme na química do nosso cérebro, por isso deixa uma impressão duradoura".

Mas a investigadora norte- -americana dá também muita relevância ao primeiro beijo de uma relação. Apesar de a importância ser igual para ambos os sexos, homens e mulheres têm objectivos diferentes. O sexo feminino tem tendência para tentar perceber o futuro de uma relação através do beijo. Já o masculino é mais agressivo a beijar, pois enfrenta o momento como forma de atingir um outro objectivo. E atenção, um bom primeiro beijo pode mesmo influenciar o futuro de uma relação. "Quando há uma boa sintonia, ambas as pessoas podem ser encorajadas a tentar uma relação mais profunda", salientou Sheril Kirshenbaum, que acrescentou: "Beijar frequentemente é, definitivamente, muito bom para manter relacionamentos especiais."

No seu livro, Sheril Kirshenbaum investiga a história do beijo, recuando até 3500 anos. E se durante muito tempo era socialmente reprovável beijar em público - muitos ficavam chocados quando viam -, actualmente tudo é bastante diferente: "Não é possível dizer quando especificamente se tornou socialmente aceitável beijar em público."

No entanto, "a globalização, em que se inclui a literatura e os filmes que apresentavam o beijo, ajudou a espalhar a prática e torná-la mais popular que nunca", segundo Kirshenbaum.

Afinal, o beijo de Humphrey Bogart e Ingrid Bergman, em Casablanca, ou de Clark Gable e Vivien Leigh, em E Tudo O Vento Levou, despertaram emoções inesquecíveis. E quando se fala daquele primeiro beijo, Macaulay Culkin e Anna Chlumsky, em My Girl (O Meu Primeiro Beijo) imortalizaram o que hoje o estudo confirma: o primeiro beijo pode marcar uma vida.

Elisabete Silva, aqui