José Castelo Branco está disposto a castrar-se por amor a Betty Grafstein.
O marchand diz que quando a mulher morrer vai entregar-se a Deus e criar uma nova ordem religiosa. O seu objectivo passará a ser "ajudar os pobres, doentes e abandonados".
– Disse numa entrevista que vai mudar de sexo. Porquê essa decisão?
– O meu amor pela Betty é tão grande que estou pronto a castrar-me e a ir para um convento de bichas convertidas quando ela morrer. Vou dar o exemplo a outras bichas, para que também se possam consagrar.
– Sente essa necessidade por ser muito feminino?
– Exactamente. Nasci feminino, mas não estou interessado em nada relacionado com sexo.
– E porque é que tem de se castrar para mostrar o seu amor?
– Quando deixar de ter a minha Betty não vou querer outra mulher e muito menos outro homem. Vou entregar-me a Deus. Vou viver num convento, em clausura. Como não me ia sentir bem num convento de padres e num de freiras não iria ser aceite, estou a pensar em criar um convento para bichas convertidas. Será uma nova ordem.
– Essa nova ordem ficaria sediada onde?
– Porque não em Portugal!? Desde que tenha permissão papal. A Igreja não pode condenar. Há muitas pessoas transexuais que estão infelizes porque não se encontram noutro corpo. No convento iam sentir-se melhor.
– E acha que essa ordem iria ter adesão?
– Sim. Há muitas pessoas que precisam de se encontrar. Isto não é um desvio, nem tem a ver com sexo, porque os anjos não têm sexo. É uma entrega. Quero ajudar os pobres, doentes e abandonados. É a minha missão.
– Está preparado para ser completamente mulher?
– Mudar de sexo não é o meu propósito, mas se for necessário vou fazê-lo. Estou preparado para me entregar de corpo e alma a Deus.
Vânia Nunes, aqui