Berlusconi insulta Lerner: incredibile postribolo televisivo
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Ruby, como se apresenta a jovem "dançarina exótica", terá sido uma das mulheres levadas para as festas privadas nas mansões do "Cavaliere" e, segundo o Ministério Público, manteve relações sexuais com o primeiro-ministro quando era ainda menor. Entretanto disse – e depois desmentiu – ter pedido cinco milhões de euros a Berlusconi em troca do seu silêncio.
A tensão a que os escândalos sexuais estão a sujeitar o primeiro-ministro italiano teve ontem uma manifestação visível e pública. Silvio Berlusconi telefonou para um programa de televisão, onde se discutia o caso que envolve Ruby Rubbacuori, e insultou o apresentador: “Um programa nojento, dirigido de forma desprezível, vil e repugnante”.
“Ouvi argumentos falsos, desfasados da realidade, uma reconstrução muito longe da verdade”, atirou o primeiro-ministro italiano no comentário via telefone que interrompeu o normal decurso de L'Infidele, dirigido por Gad Lerner. O jornalista tentou várias vezes cortar o discurso a Berlusconi, com perguntas ou mesmo com comentários, mas não conseguiu parar o chefe de Governo.
“Já insultou bastante. Porque não vai antes falar com os juízes em vez de insultar?”. Lerner provocava Berlusconi, que se furta a audiências em tribunal recorrentemente. No entanto, a agressividade manteve-se e o jornalista convidou à moderação: “Como também é meu primeiro-ministro, peço-lhe que modere os termos em que fala”. Berlusconi não parou, chamou ao programa “prostíbulo televisivo” e tratou as mulheres em estúdio como "essas ditas senhoras", o que levou o apresentador a apelidá-lo de "mal-educado".
O programa é exibido na LA7, uma estação de televisão que Berlusconi não controla. Nas emissões de canais de que é dono já se viram entrevistas à própria Ruby (Canal 5) e Sabina Began (Sky TG 24), também acusada de frequentar as festas na residência de Arcore, nos arredores de Milão – ambas defenderam Il Cavaliere.
Nicole Minetti, antiga higienista dentária que Berlusconi nomeou conselheira regional da Lombardia, é a alegada proxeneta da rede, quem coordenaria a presença das jovens naqueles eventos. O primeiro-ministro também a defendeu em directo: “Nicole Minetti é uma pessoa maravilhosa, inteligente, preparada e séria”.
O Corriere della Sera adianta que esta não foi a primeira vez que Silvio Berlusconi pretendeu interromper um programa em directo. A 18 de Janeiro, tentou fazer o mesmo em Ballarò, emitido na Rai 3, mas o apresentador, o jornalista Giovanni Floris, impediu a entrada no ar do primeiro-ministro, segundo o diário italiano.
Desta vez, a oposição acusou o primeiro-ministro de "ter ultrapassado todos os limites". "O seu 'blitz televisivo' foi uma demonstração violenta da sua inadequação política e moral", disse Rosy Bindi, presidente do Partido Democrático, a maior formação da esquerda italiana.
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