segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

CORTES PODEM ENCERRAR COLÉGIOS


"Para o meu filho e para a minha filha decido eu."

Foi com este slogan que mais de 3000 pais e professores de alunos de colégios católicos portugueses protestaram, ontem, em Calvão, Vagos, contra as medidas anunciadas pelo Governo, que visam uma redução do orçamento de mais de 30 por cento para as escolas com contratos de associação.

As instituições alegam que muitas pessoas vão ser despedidas e milhares de crianças impossibilitadas de frequentar aquelas escolas. Alguns colégios admitem mesmo fechar as portas, caso as medidas sejam aprovadas pela Assembleia da República.

"Vai ser difícil efectuar o pagamento dos salários e prestar o apoio necessário aos alunos necessitados", garantiu ao CM Rosa Maria, presidente da Associação de Pais do Colégio de Calvão.

O colégio de Mogofores, em Anadia, é um dos que já anunciaram poder fechar portas devido aos cortes previstos pelo Governo.

"Estes são colégios de proximidade e, com os cortes no orçamento, todo o apoio que é prestado a crianças desfavorecidas está em causa", acrescentou Rosa Maria, revoltada com a situação.

Nos 93 colégios portugueses que têm um contrato de associação com o Estado, nenhum aluno paga para estudar. Os pais garantem que as escolas não são de "elite", mas que têm um projecto educativo diferente. "Há quem coma aqui a única refeição do dia", garante a professora Gládys Nascimento.

"ACEITES TODOS OS ALUNOS"
"Aceitamos alunos que as escolas estatais rejeitam, como crianças com deficiências, desfavorecidas ou com problemas de toxicodependência", sublinha Gládys Nascimento, professora. "Adaptamo-nos pelos alunos. Tirei um curso de Braille por ter um aluno cego", diz a colega, Isaura Laranjeiro.

Salomé Filipe, aqui