quarta-feira, 24 de novembro de 2010

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CRESCE

Número de vítimas de violência doméstica cresceu este ano e Aveiro não foge à regra. A Cáritas prevê um aumento de casos na ordem dos 10 por cento.

O Núcleo de Atendimento às Vítimas de Violência Doméstica do Distrito de Aveiro regista um aumento assinalável de atendimentos este ano, comparativamente a 2009. Enquanto no ano passado foram abertos 99 novos processos relacionados com violência doméstica, até ao dia de ontem o Núcleo da Cáritas de Aveiro confirmou ao Diário de Aveiro a abertura de 97 novos processos, correspondendo, no mínimo, a 97 vítimas. Contudo, estes números vão, com toda a certeza, aumentar até ao final do ano, confirmando a tendência nacional.

De acordo com o Relatório de Actividades de 2009, foram abertos 105 processos: seis transitaram de 2008 para 2009, os restantes 99 foram casos novos. Ao todo foram abrangidas 115 vítimas. No que respeita aos atendimentos psicossociais, foram realizados um total de 108, para 93 vítimas, enquanto o atendimento psicológico registou 160 atendimentos, envolvendo 38 vítimas, na sua maioria mulheres e crianças.

Os dados do relatório do Núcleo de Atendimento às Vítimas de Violência Doméstica revelam ainda que a maioria é proveniente do concelho de Aveiro (75 de um total de 115), seguido de Ílhavo, Oliveira do Bairro, Estarreja, entre outros, tem uma baixa escolaridade e vive com o agressor ou acaba de sair de uma relação com ele, sendo que a maioria tem filhos menores.

Na caracterização do tipo de violência, pode-se observar que a maioria das vítimas sofre de violência psicológica e física (psico-física), sendo que, em termos de frequência, a prevalência das situações recai sobre violência ocorrida diariamente. Outro dado relevante indica que a maioria das vítimas chega à Cáritas por indicação das forças policiais (PSP e GNR), embora se registe um aumento dos contactos directos e por iniciativa própria.

Na razão deste fenómeno está, entre outros factores, a exposição cada vez mais pública deste drama pessoal e humano, contribuindo para a sua denúncia.

Sandra Simões, aqui