domingo, 28 de novembro de 2010

TRÊS RAPAZES SOBREVIVEM 50 DIAS À DERIVA NO PACÍFICO

Esperaram por eles, procuraram-nos, a seguir deram-nos como perdidos e até lhes fizeram o funeral depois de as buscas levadas a cabo pela Força Aérea da Nova Zelândia se terem revelado infrutíferas.

Mas, afinal, os três rapazes que, a 5 de Outubro, tinham desaparecido a bordo de um pequeno barco de alumínio nas ilhas Tokelau, um território no Oceano Pacífico sob administração neozelandesa, estavam vivos. Após 50 dias à deriva, foram resgatados na quarta-feira por um barco de pesca ao largo das Fiji.

“Aproximámo-nos deles e perguntámos se precisavam de ajuda. A resposta foi um eufórico ‘Sim’”, relatou à BBC Tai Fredricsen, o patrão da embarcação de pesca ao atum que recolheu os rapazes. “Eles mostraram muita coragem, muita força mental. Fisicamente estavam afectados, mas o moral era muito forte.”

De acordo com o que os pescadores viram e com o que os três rapazes – Samu Perez e Filo Filo, de 15 anos, e Edward Nasau, de 14 – puderam contar, sabe-se que, no momento em que perderam contacto com terra, os jovens tinham a bordo um pequeno fornecimento de cocos. Foi essa a sua fonte de alimento durante algum tempo, até se esgotar. Duas semanas antes de serem encontrados, conseguiram deitar a mão a uma ave marinha que pousou no barco e comeram-na.

Para beber, recolhiam água doce numa lona durante a noite, mas, segundo contaram, nos últimos dois dias tinham começado a ingerir água salgada, um procedimento que poderia vir a custar-lhes a vida no curto prazo.

Familiares contactados pela BBC avançam a hipótese de os jovens terem tentado fazer a longa travessia oceânica até à Austrália (para Sudoeste – foi nesta direcção que seguiram, mas tinham percorrido apenas um terço da distância) ou, em alternativa, rumo aos EUA (direcção Nordeste). Depois de salientar que nunca acreditaram que os jovens tivessem morrido, uma tia de Samu deu alguns pormenores sobre a conversa telefónica que teve com o sobrinho após o salvamento: “Ele pediu perdão. Penso que aprenderam uma grande lição

Luís Francisco, aqui