sábado, 30 de outubro de 2010

ISTO IRIA MELHOR SEM TRUQUES

O Presidente falou às 21.35. Uma hora antes, as televisões (SIC, TVI e RTP) passavam em rodapé: "Já há acordo." Por essa altura (à volta das 20.30), fontes do PS e do PSD, não identificadas, admitiam que a coisa estava bem encaminhada mas que ainda não havia acordo. E, no entanto, alguém deve ter deixado cair às televisões que, sim, tudo estava consumado.

Quem teria sido? Não se sabe mas sabe-se a quem isso incomodou a ponto de se dar ao trabalho de desmentir e, para ter mais força, dar a cara: "Não se chegou ainda a um resultado favorável", disse à agência Lusa Miguel Relvas, do PSD. Disse-o às 21.28, minutinhos antes de Cavaco Silva falar. O Presidente falou no fim da reunião do Conselho de Estado, o que é absolutamente inédito. Na alocução, Cavaco apelou a um "esforço adicional de entendimento".

Olhem se a reunião entre o Governo e o PSD já tivesse chegado a acordo ao fim da tarde e o tivessem tornado público! Cavaco ficava sem o brilharete da inédita alocução e sem razão para o apelo... Leiam esta história assim: 1) o acordo está mesmo decidido à hora que escrevo; 2) alguém gostaria de sabotar o brilharete de Cavaco e 3) alguém gostaria de oferecer o brilharete a Cavaco. Há quem chame política a estes truques. Desta vez, é verdade, não custou nada. Mas da última vez que houve um truque destes (há dias, no rompimento PS/PSD) o País perdeu milhões.

Ferreira Fernandes, aqui