quarta-feira, 1 de setembro de 2010

MARCELO REBELO DE SOUSA RECEITA PEDAGOGIA E CALMA A PEDRO PASSOS COELHO

Ex-líder sugere explicação detalhada do projecto de revisão constitucional. Passos fecha hoje a sua proposta.

O antigo líder social-democrata defendeu ontem, na sua já clássica aula na Universidade de Verão do PSD, que o partido deve amadurecer e "estabilizar" as suas propostas de revisão constitucional. "E fazer pedagogia permanente", frisou. Marcelo também aconselhou Pedro Passos Coelho a saber esperar pela hora certa para abrir um cenário de crise política, lá para 2012. Já que o professor entende que o Orçamento do Estado para o próximo ano deve ser viabilizado. "Seria mau para o País que não o fosse", garantiu em Castelo de Vide.

Num claro recado a Passos Coelho - que fecha hoje o projecto laranja de revisão da Lei Fundamental, numa reunião com a comissão encarregue de o redigir, numa reunião com o líder, para travar novas críticas - Marcelo afirmou que se deve explicar aos portugueses as propostas mais complicadas, nomeadamente as que dizem respeito aos despedimentos, à saúde e educação. Aliás, este foi um dos temas que mais interessou os cem alunos da Universidade.

Ontem, o líder parlamentar do PSD garantia em S. Bento: "Tenho a certeza de que, no momento em que fizermos a entrega desse projecto de revisão constitucional e que fizermos a explicitação completa daquilo que nós pretendemos, muitos dos fantasmas que têm andado no ar vão desapa- recer." Miguel Macedo só não adiantou uma data para a entre- ga do texto na Assembleia da República, mas deverá acontecer logo no arranque dos trabalhos parlamentares em meados de Setembro.

Em Castelo de Vide, Marcelo aproveitou para se manifestar contra eventual crise política a propósito do Orçamento do Estado para 2011. Desvalorizou a sugestão a Sócrates feita por Miguel Relvas, no arranque da Universidade de Verão, para que faça uma remodelação do Executivo. "Aqueles que vêm do passado são irremodeláveis, mesmo Teixeira dos Santos, que deve estar farto de ser ministro das Finanças, ou mesmo Vieira da Silva, que está na Economia e devia estar no Trabalho, porque seria a confissão de um fracasso; e os outros são novos." E até porque"o Governo continua a ser 'ele' [Sócrates] e os ministros são verdadeiros secretários de Estado."

Paula Sá, aqui