Por votação secreta, foi aprovada por unanimidade a atribuição do nome do Dr. Alípio Sol à Casa da Cultura de Oliveira do Bairro, para cuja empreitada foi igual e unânimemente deliberada a abertura do respectivo concurso.
Trata-se de uma mais do que merecida homenagem a um homem que não só dispensou um forte empenho e dedicação ao projecto do edifício que foi a anterior sede dos Bombeiros Voluntários, mas também a outros projectos de relevo concelhio, como o Edifício Público, o posto da GNR, o PDM, a FIACOBA, o Mercado Municipal, entre outros.
Não pode deixar de referir-se que esta é uma homenagem que, por razões que nem as tricas politiqueiras conseguem explicar, chega com um ano e meio de atraso, depois de na sessão da assembleia municipal realizada em 27 de Fevereiro de 2009, ter sido por mim apresentada e retirada uma proposta no sentido de passar a ser designado como “Edifício Dr. Alípio Sol”, o espaço municipal onde o Juízo de Família e Menores estava para ser instalado, como pode ler-se na pág. 42 da respectiva acta.
Historiando os factos, importa recordar o que referi numa intervenção produzida na sessão da assembleia municipal de 28 de Dezembro de 2008: «Quis o destino que a Família Autárquica de Oliveira do Bairro ficasse mais pobre, retirando da nossa convivência o Dr. Alípio Sol e o Sr. Ventura Esteves Alexandrino. Num tempo em que a crise de valores é absoluta e em que a amnésia colectiva vai ganhando cada vez mais espaço, quero aqui registar o gesto nobre e de grande elevação assumido pela Freguesia de Oiã, felicitando-a pelo facto de a bandeira da Freguesia ter sido colocada a meia haste por altura do falecimento daquele que foi um Ex-Presidente da respectiva Junta. É que, como sabemos, este é um dever de que os responsáveis autárquicos do município não podem orgulhar-se de ter cumprido!»
A esta intervenção subjazeu, naturalmente, o facto de o executivo não ter decretado luto municipal aquando do falecimento do Dr. Alípio Sol; e fosse pela incomodidade resultante desta, ou de qualquer outra crítica, o que é certo é que, lamentavelmente, a proposta por mim apresentada na sessão da assembleia municipal realizada em 27 de Fevereiro de 2009, não foi bem interpretada por aqueles que, sem terem a frontalidade de explanar publicamente as razões da sua discordância, se cingiram, em surda e cínica hipocrisia, a considerações pouco menos que blasfemas sobre a autoria da proposta as quais, por evidenciarem um incompreensível extremar de posições, determinaram que, enquanto autor, a tivesse retirado da ordem de trabalhos para evitar o naufrágio da sua não aprovação por unanimidade ou até mesmo a sua eventual rejeição.
Volvido um ano e meio foi agora aprovada uma proposta de atribuição do nome do Dr. Alípio Sol a um espaço público municipal, proposta esta que não tendo a virtude da originalidade tem, no entanto, a virtude de deixar claro que a oposição que tenho feito não é de bota abaixo, e que, afinal, até envolve propostas que o presidente da câmara acolhe, plagia e submete a sufrágio.
Volvido um ano e meio foi agora aprovada uma proposta de atribuição do nome do Dr. Alípio Sol a um espaço público municipal, proposta esta que não tendo a virtude da originalidade tem, no entanto, a virtude de deixar claro que a oposição que tenho feito não é de bota abaixo, e que, afinal, até envolve propostas que o presidente da câmara acolhe, plagia e submete a sufrágio.
Concordando que o nome de quem, como o Dr. Alípio Sol, presidiu aos destinos de um concelho durante mais de uma dúzia consecutiva de anos deve, naturalmente, ficar imortalizado num espaço público, entendo no entanto que esse registo talvez fizesse mais sentido num local onde seja mais evidente a afinidade pessoal com o homenageado; e por isso, porque também a criação do então tribunal de comarca ficou a dever-se ao seu empenho e dedicação enquanto presidente da câmara municipal, e porque à data do seu falecimento se encontrava a concluir o estágio para o exercício profissional da advocacia que era, aliás, o seu sonho, entendo que a imortalização da sua prestigiada personalidade e do seu ímpar curriculum, faria mais sentido se ficasse ligada a uma infraestutura judiciária. Perspectiva díspar tinham os membros da bancada do PPD/PSD que, na sessão da assembleia municipal de 29 de Dezembro de 2008, se pronunciaram no sentido de o nome do Dr. Alípio Sol vir a ser atribuído a uma rua ou praça da freguesia de Oliveira do Bairro.
No entanto, discutir se essa perpetuação havia de ser numa infraestrutura viária, judiciária, desportiva ou cultural, é sustentar uma guerrinha de alecrim e mangerona, uma discussão estéril e sem importância; o que é efectivamente importante é que a homenagem agora aprovada tenha merecido o acolhimento unânime de todo o executivo municipal, um órgão onde se encontram hoje em funções vereadores que, enquanto membros da assembleia municipal no mandato anterior, nenhumas diligências fizeram há um ano e meio atrás no seio das bancadas que integravam, para que a proposta então apresentada fosse mantida e aprovada. Se tal tivesse acontecido, a homenagem do concelho estaria feita desde 27 de Fevereiro de 2009; o que leva à lamentável conclusão que na classe política de Oliveira do Bairro há quem analise e interprete os factos em função da identidade dos seus autores e não do mérito ou demérito da sua substância.
Mais complicado parece ser o cumprimento, por parte do executivo, da deliberação da assembleia municipal (proposta aprovada em 29 de Dezembro de 2008) relativamente à atribuição, e subsequente cerimónia de entrega, de uma medalha de mérito municipal a título póstumo; é que, tendo o executivo suprimido este cerimonial desde 2006 tal como me referi aqui terá, mais uma vez, de emendar a mão para que a dita deliberação possa ser cumprida; mas para quem já está habituado a piruetas e golpes de rins, até pode ser que não seja necessário ter de esperar outro ano e meio!