sábado, 31 de julho de 2010

VOLTA A PORTUGAL: AUTARQUIAS INVESTEM MILHARES PARA SEREM ANFITRIÕES NUM NEGÓCIO DE PROMOÇÃO REGIONAL

As Câmaras Municiais que recebem a Volta a Portugal em bicicleta são obrigadas a um esforço financeiro, mas os autarcas defendem que a promoção do território e a cobertura televisiva justificam o investimento, efetuado em pacotes para vários anos.

Raul Castro, presidente da Câmara Municipal de Leiria, que vai receber o contra relógio da penúltima etapa, que deve ser decisivo para definir o vencedor da Volta a Portugal em bicicleta, explicou à Lusa que a Comunidade Intermunicipal do Pinhal Litoral tem um pacote de três anos assinado com a organização.

"Estabelecemos um pacote para 2010, 2011 e 2012, pois é importante para promover o território e os meios televisivos da volta são um bom veículo. Neste pacote, de cerca de 200 mil euros para estes anos, temos o contra relógio e também etapas da Volta a Portugal do Futuro", disse.

O autarca referiu que foi feita uma candidatura a fundos comunitários que foi aprovada e que existem alguns patrocinadores locais, considerando que para o comércio, hotelaria e todo o território é uma importante promoção.

"Vai servir para projetar a região", afirmou.

O presidente da Câmara de Seia, Carlos Camelo, explicou que a volta obriga a um sacrifício financeiro, que pode levar a que outros investimentos fiquem para trás, mas salienta que é uma boa aposta na relação custo/oportunidade.

"Acreditamos nas mais valias como o marketing territorial, os fortes meios televisivos e o tempo em direto. Dificilmente a população percebia se deixássemos fugir esta oportunidade", disse à Lusa.

O edil do concelho que vai receber a etapa rainha da prova, a subida à torre na Serra da Estrela, explicou que foi negociado com a organização um acordo até 2013, com uma verba anual a ronda os 30 mil euros.

"Acredito que é um bom negócio para todas as partes, também sei quando custa um minuto em televisão. É dos dias mais importantes e com maior divulgação da serra no ano, é muito importante para o concelho e para a marca Serra da Estrela", referiu.

Quanto a Manuel Brito, vereador da Câmara de Lisboa, que vai receber a última etapa da competição, lembrou que há 10 anos que a capital não era o palco do final da Volta a Portugal.

"Estava na altura de Lisboa receber o final da Volta. Nos próximos anos Lisboa vai receber uma etapa, depois uma partida e ainda outra chegada. O ciclismo é uma modalidade muito importante e popular", disse à Lusa.

Manuel Brito explicou que a volta permite uma importante promoção da cidade na televisão, salientando a boa relação com Joaquim Gomes, da organização da prova.

"Não posso revelar valores, mas será um investimento mais baixo em relação à promoção da cidade na televisão. É uma etapa muito bonita, com um traçado interessante e creio que será um espetáculo inesquecível", disse.

"Estou curioso para ver as imagens áreas desta etapa que vai atravessar Lisboa, vai ser muito atrativo", acrescentou.

Outra das etapas míticas da Volta a Portugal é a subida à Senhora da Graça, com o presidente da Câmara de Mondim de Basto, Humberto Cerqueira, a referir que é um grande esforço financeiro.

"Vamos pagar esse ano 65 mil euros pela chegada. Somos um executivo novo, a volta chega à Senhora da Graça há muitos anos e não quisemos fazer uma rutura, mas no próximo ano o valor terá que ser revisto em baixa", disse à Lusa.

Humberto Cerqueira referiu que a divulgação do concelho e a transmissão televisiva são mais valias importantes, mas considerou que a verba a pagar é muito elevada.

"Fizemos um acordo de quatro anos mas agora que conhecemos a realidade financeira da autarquia tem que se renegociar. Estamos interessados em ter a Volta a Portugal, num local com características únicas no país, e honramos os compromissos mas o valor tem que ser revisto senão poderá estar em causa", afirmou.

Retirada daqui