quinta-feira, 29 de julho de 2010

AO DR. ANTUNES DE ALMEIDA

A morte nunca se espera; apenas vem.

Sempre quando não convém, nunca convém.

Rouba sempre alguém que fazia falta, que nos fazia falta.

É sempre impiedosa, cruel, impaciente e acima de tudo imbatível.

Foi isso que aconteceu com o Dr. Manuel Antunes de Almeida, cujo funeral está marcado para as 17 horas de hoje, da Igreja Matriz de Águeda para o cemitério paroquial de Castanheira do Vouga, falecido aos 69 anos na madrugada de terça-feira, vítima de doença.

Intolerável com a mediocridade, com o cinzentismo e com as meias tintas, o Dr. Antunes de Almeida era avesso à facilidade, e um visionário resististente à subserviência e à canalhice.

Terá morrido como sempre fez questão de viver: um cidadão livre e independente, que lutou sempre por ideais e nunca por interesses; e que só por isso é merecedor do respeito e admiração de todos.

Com o Dr. Antunes de Almeida constituí dezenas de júris das provas de agregação de estagiários candidatos à "nobre profissão da advocacia", expressão com que invariavelmente terminava as suas intervenções de felicitação aos agregandos aprovados.

Com o seu decesso, vai faltar-me a palavra oportuna, a opinião avalizada, o palpite certeiro, a experiência viva de quem soube e foi capaz de elevar bem alto, quer o exercício do poder público quer o exercício de uma difícílima profissão liberal como é a advocacia. 

O Dr. Antunes de Almeida foi o exemplo vivo do cumprimento da legalidade na observância de princípios éticos.

Obrigado Dr. Antunes de Almeida.