terça-feira, 1 de junho de 2010

FENPROF: FECHO DE ESCOLAS VAI PIORAR QUALIDADE DO ENSINO


A Federação Nacional de Professores considera que o encerramento de escolas, decidido em Conselho de Ministros, vai provocar uma "forte quebra de qualidade do ensino", mais desemprego e "grandes sacrifícios para os alunos".
Em comunicado, o secretariado-nacional da Fenprof entende que as medidas anunciadas pelo Governo servem um único objectivo: "Poupar na educação".
Em causa está a resolução de reordenamento da rede escolar, aprovada em Conselho de Ministros, que define o encerramento das escolas do 1.º Ciclo do Ensino Básico com menos de 20 alunos.
Para a Fenprof, o Governo "decide agora resolver os problemas de liquidez financeira do país à custa das crianças e das populações mais desfavorecidas".
Esta medida vai deixar "inúmeros concelhos do país reduzidos à expressão mínima de uma ou duas escolas", acrescenta.
"Os custos com deslocações ficarão por conta de municípios endividados, os custos sociais serão pagos pelas populações e os custos educativos estarão por conta das crianças com idades compreendidas entre os 6 e os 10 anos", alerta.
No comunicado, a Fenprof fala ainda de "notícias, um pouco por todo o país, dando conta de reuniões realizadas com directores de escola para informar que o ME irá avançar com uma reestruturação da rede escolar, fundindo agrupamentos, extinguindo outros e integrando as escolas secundárias em agrupamentos já constituídos".
Esta reestruturação tem um objectivo "estritamente economicista" uma vez que, ao criar unidades orgânicas e de gestão de dimensão "muito grandes", permite a dispensa de "muitos milhares de profissionais de educação", critica a Fenprof.
No entanto, o secretário de Estado da Educação, João Mata, garantiu que "não irão existir agrupamentos maiores dos que já existem", lembrando que a dimensão máxima actual é até três mil alunos.
"Às medidas antes referidas, outras estarão a ser equacionadas, de acordo com informações que circularam nas reuniões com os directores, as quais, se vierem a ser concretizadas, provocarão um autêntico descalabro ao nível do emprego docente, com o desemprego a disparar vertiginosamente", antevê também a Fenprof.