segunda-feira, 7 de junho de 2010

EM TEMPO DE CRISE, NÃO PODEMOS GASTAR TUDO

No dia 20 de Maio transacto, durante as comemorações do Dia da Autonomia do Poder Local, o presidente da República referiu-se ao importante contributo das autarquias para a coesão nacional no momento particularmente difícil que o país atravessa, defendendo que os municípios enfrentam hoje novos desafios “no domínio das realizações imateriais”. Tal afirmação assenta na convicção da proximidade dos órgãos autárquicos, não só em relação às pessoas como a toda a realidade, sendo por isso expectável que sua vivência da democracia seja diferente e melhor do que a do poder central.
Apesar disso, há municípios cujos presidentes assumem desassombradamente que dispensam a redução de gastos, uma vez que têm as finanças perfeitamente equilibradas e as tesourarias em pleno funcionamento e com capacidade de resposta e prontidão; e se há mesmo quem diga que queimar dinheiro em fogo de artifício é uma forma de fazer girar a indústria pirotécnica, não faltará muito para aparecer quem defenda a morte como forma de garantir a actividade dos agentes funerários. Eu cá por mim, que percebo tanto de economia como o merceeiro da esquina, entendo que as contas só estão equilibradas enquanto a despesa não for superior à receita. Até posso estar enganado; mas enquanto não mudo de opinião, continuo a dar o meu modesto contributo para ultrapassar a crise, fazendo girar a actividade discográfica do país e contribuindo para os direitos autorais nacionais, promovendo a audição de música portuguesa.