Terminou ontem a 5ª edição do Concurso de Bandas
de Vila Franca, um evento bienal de elevado nível organizado pelo Ateneu Vilafranquense
e que teve nesta sua 5ª edição a participação de mais de trinta e três bandas,
e a actuação de cerca de 2150 músicos, em 5 sessões contínuas praticamente
lotadas por um público que assistiu em directo às actuações das bandas
presentes em cada uma das 3 categorias concorrentes.
Nesta segunda presença no evento (em 2006
alcançou o terceiro lugar na primeira categoria) a Marcial não se deixou
impressionar pela altíssima qualidade do elevado número de músicos profissionais
que actuaram em representação das congéneres adversárias, exibindo-se a um
altíssimo nível sob direcção do maestro Hugo Oliveira, e saindo-se notoriamente
bem sucedida quer na interpretação da peça de aquecimento “The Sun Will Rise
Again’, do compositor Philipe Sparke, como da obra obrigatória “The Rise 2351”,
do compositor açoriano Helder Bettencourt e da obra de livre escolha “Danzas
del Infierno” de Bart Picquer.
Na avaliação da actuação das bandas participantes
nesta categoria, o júri internacional composto por cinco jurados de reconhecido
mérito artístico internacional, sendo dois portugueses (Délio Gonçalves e
Alberto Roque), e três estrangeiros Jo Conjaerts (Holanda), Karl Holzner (Áustria)
e Chiara Vidoni (Itália), atribuiu 95,2 pontos à Associação Recreativa e
Musical ‘Amigos da Branca’ (também vencedora das 2ª e 4ª edições), tendo
atribuído 94,2 pontos à segunda classificada (Sociedade de Imparcial de
Alcochete (também vencedora das 1ª e 3ª edições) e 93,8 pontos à Banda Musical
São Martinho de Fajões.
No prémio ‘Tauromaquia’, ao qual a Marcial também
concorreu com a interpretação do pasodoble “Andrés Contrabandista” de Óscar
Navarro, a vitória foi também da Sociedade de Imparcial de Alcochete.
A prestação da Marcial nesta 5ª edição do Concurso
de Bandas de Vila Franca foi mais uma excelente oportunidade para se apresentar
o que de melhor consegue produzir em termos de reportório, perante um público
habituado a bons espectáculos, assim representando com inegável sucesso, não só
a instituição como a filarmonia aguedense e a própria região, e desta forma
aumentando o prestígio e o crédito nacional que as instituições musicais, os
maestros e os executantes da freguesia e do concelho vêm, sucessivamente,
granjeando por esse país fora, à custa de muito esforço e de enorme dedicação à
causa da música, em especial à música filarmónica.
Apesar da classificação atribuída pelo júri, o
reconhecimento do público foi, por si só, uma justíssima retribuição para a direcção,
maestro e executantes da Banda Marcial de Fermentelos a quem, durante a longa
maratona preparatória deste importantíssimo evento, não faltou ilusão nem
vontade de vencer.
Para a posteridade aqui ficam os nomes do elenco
de executantes da Rambóia participantes no evento:
Flauta: Joana Nolasco, Andreia Rodrigues, Miguel Martins, Sofia
Granjeia, Mafalda Massadas, Cátia Nolasco, Rodrigo Massadas e Daniela Marques
Oboé: Fernanda Amorim, Hugo Teixeira e Margarida Nolasco
Fagote: Andreia Pereira e Rita Pereira
Clarinete: Tiago Pires, Ricardo Torres, Maurília Fernandes, Lúcia Dias,
Vasco Valente, Bruna Rodrigues, Leonardo Marques, Raul Pires, Fábio Oliveira,
Fernanda Simões, Cândido Santos, Rita Dias, Rodrigo Seabra e Inês Lemos
Clarinete Baixo: José Pedro Dias e Inês Andrade
Saxofone Soprano: Ricardo Pires
Saxofone-Alto: Melanie Oliveira, Adriana Duarte, Diogo Vela, Fabiana
Fonte e Francisco da Ana
Saxofone-Tenor: Pedro Costa, Edgar Silva e Nelson Raposo
Saxofone-Barítono: Tiago Nolasco
Saxofone-Baixo: Francisco Rocha
Trompete: Pedro Gonçalves, Pedro Pacheco, Filipe Esteves, António
Lemos, Tiago Santos, Diogo Diogo, João Mendonça e Ricardo Seabra
Trompa: Ruben Silva, Raul Tavares, Manuel Azevedo, João Brigeiro,
Alexandre Brigeiro e Manuel Gonçalves (André João ausente, por motivo de doença)
Trombone: Gabriel Dias, Carlos Silva, Rui Lemos, Pedro Pires, Adriana
Fonte, Fausto Lemos e Sérgio Simões
Bombardino: Noémio Gonçalves e António Nolasco (Fernando Estima
ausente, por motivo de doença)
Tuba: Fábio Rodrigues, Artur Jorge Santos, Hélder Freitas, Horácio
Pires e Carlos Rodrigues
Contrabaixo de Cordas: Pedro Barbosa
Piano: Beatriz Archer
Percussão: José Carlos Almeida, Hélder Roque, Jorge Pereira, Rui
Geraldo, Beatriz Lemos, Leonardo Santos, Martim Pires, Rodolfo Pires e
Francisco Silva.
Caíu o pano sobre o 5º Concurso de Bandas de Vila Franca: apesar
de não ter vencido, a Marcial não pode deixar de ser felicitada
pela coragem da sua participação e pelo trabalho na preparação para participar
no evento, assim prestando um efectivo contributo à saudável causa da
filarmonia, na singeleza do seu conceito e na pureza dos princípios que daí
emanam, com destaque para a genuína verdade do seu elenco, para a galhardia dos
seus músicos e para a convicção do seu maestro e talvez, quem sabe, para a ilusão
de todos quantos, no seio da Banda Velha, se entregaram de alma e coração a
esta jornada.
Como durante a gala de encerramento
referiu o director artístico deste grande evento, o nível das bandas
subiu abissalmente em 8 anos, tantos quantos passaram desde a realização do 1º Concurso de Bandas de Vila
Franca em 2006; no entanto, o que pelos corredores do Ateneu Vilafranquense
se ouvia da boca dos comuns e mortais adeptos da filarmonia e das bandas
filarmónicas, ao que parece essa diferença não é bastante para que as bandas
vencedoras deixem de ser as que, de dois em dois anos, têm chegado à vitória, pejadas
de profissionais que, individualmente ou até mesmo formando naipes completos,
usam fardas que nunca antes viram, dessa forma mandando às malvas esse
inultrapassável factor de convergência de dirigentes, maestros e executantes
conhecido por ‘espírito filarmónico’, cujo objectivo é apenas o de querer fazer
sempre mais e cada vez melhor pela música enquanto arte.
Nesta hora de glória para os vencedores mas de verdadeira honra para os
vencidos, é importante que se diga: ‘Obrigado Rambóia’.