Notas positivas, três luzinhas
ao fundo do túnel. Portugal começa a estar bem visto lá fora, ao cumprir as
exigências da Troika.
(Cá dentro, o governo não tem esse prémio).
A primeira
emissão de títulos de tesouro a curto e médio prazo foi êxito. Uma enorme
procura e os juros mais baixos, quando no governo de Sócrates já ninguém nos
comprava dívida. Outro sinal positivo: os nossos emigrantes melhoraram a balança
de pagamentos, ao fazerem remessas para Portugal.
Não o fizeram para ajudar propriamente o governo a tapar o buraco, senão para pagar despesas e investimentos familiares, porque se trata de gente bem mais honesta do que muitos dos nossos políticos. Às vezes, basta olhar para a cara de alguns rapazes! Vê-se logo que não merecem confiança. A terceira nota: os portugueses têm vindo a aumentar as suas poupanças, com receio do futuro sempre incerto.
Não o fizeram para ajudar propriamente o governo a tapar o buraco, senão para pagar despesas e investimentos familiares, porque se trata de gente bem mais honesta do que muitos dos nossos políticos. Às vezes, basta olhar para a cara de alguns rapazes! Vê-se logo que não merecem confiança. A terceira nota: os portugueses têm vindo a aumentar as suas poupanças, com receio do futuro sempre incerto.
Aprenderam que não podem gastar mais do que têm e ainda conseguem forrar algum.
Melhores gestores da coisa doméstica do que da coisa pública todos os loucos e
insensatos dos nossos ministros.
Porém, a pouca seriedade e a
gritaria sobre a tão falada e tão pouco debatida reforma do Estado derrota
estes sinais. Alguns dizem até que é disfarce para o governo nos confiscar mais
de 4 mil milhões de euros. O que exigiria consenso alargado e uma grande base
de coesão a nível de concertação social, a reforma do Estado, governo e PS afastam-se
cada vez mais, fecham portas. Ninguém está interessado em consensos.
Quando o governo precisou do PS para amplo consenso, foi-o
marginalizando, até mais esta trapalhada. José Seguro, que já tem governo e
tudo, menos bom senso, corre já para as eleições, está em campanha, mas diz não
fazer promessas para depois não cumprir.
Não as faz, porque não tem ideias
claras, seguras, empurrando o país, com mais barriga do que olhos, para uma
indesejável crise política de que o CDS e PSD não podem limpar nunca as mãos.
Armor Pires Mota, no 'Jornal da Bairrada' de 24 de Janeiro de 2013