O país político transformou-se,
nestes últimos tempos, num grande manicómio.
A partir da TSU, a coligação
entrou em tremuras e, na última semana, o silêncio de Portas foi preocupante,
doentio e incómodo. Não só para o PSD, como para o país.
Casamento em ruptura e
sendo sempre o que foi, de conveniência, PSD e CDS não se entendem quanto às
medidas de austeridade.
Depois de
um longo silêncio chantagista, Portas, julgando que colhia votos, só esvaziou a
importância do partido. Mesmo depois, quando veio dizer que votaria
favoravelmente o Orçamento, para não criar uma crise política, por uma questão
de patriotismo. As razões são outras.
A crise já estava instalada e Portas não
pode estar de consciência tranquila. Reunido o conselho nacional do PSD para
deitar água no incêndio, Passos veio dizer que não há desentendimento, como se
fosse verdade, mas logo lembrou que quem ganhou as eleições foi o PSD.
Toda
esta tumultuação na coligação deu azo a que Seguro se lhe referisse como
“espectáculo degradante”. Conversem em privado, por favor, abandonem a praça
pública para os desabafos, os arrufos. Entendam-se de vez e ponham nessa cabeça
juízo e sensibilidade para não serem tão cegos e brutinhos nas medidas.
Se a
tyroika diz, um dia, esfole-se, o governo diz, no outro, mate-se... Isto só
pode levar a triste funeral com milhões de pobres a assistir, rotos e famintos.
Se agora já há 2 milhões, daqui 2 anos, metade do país está de tanga. Coisa que
não sucederá a Jardim Gonçalves que tem só uma reforma de 170 mil euros/mês.
Também Mário Soares,
beneficiário de largas prebendas, mais zangado agora que lhe cortaram 30% nos
subsídios para a fundação, continua a arrasar o governo, que, na sua óptica, só
“faz asneiras”. Uma delas foi seguramente não ter acabado com a sua fundação e
muitas outras que têm sido sorvedouro do nosso dinheiro.
Para não falar de
Otelo que, dizendo o que diz, cai no ridículo.
Armor Pires Mota, no 'Jornal da Bairrada' de 25 de Outubro de 2012