sexta-feira, 17 de junho de 2011

HOMICIDA DE MAMARROSA ANDAVA COM ARMA HÁ UM ANO

Ferreira da Silva, o engenheiro que em Fevereiro matou o ex-genro Cláudio Rio Mendes a tiro no parque da Mamarrosa, em Oliveira do Bairro, andava armado com o revólver há mais de um ano.

A revelação é feita pela própria defesa do engenheiro, de 62 anos, no requerimento da abertura da instrução do processo, cujo debate se iniciou ontem no Tribunal de Oliveira do Bairro.

Para além de andar armado, o homicida admitiu ainda que desde a mesma altura, precisamente Dezembro de 2009, olhava constantemente para os bolsos de Cláudio com medo de aquele tirasse uma arma.

"O arguido transportava consigo o revólver como instrumento de defesa e dissuasão de qualquer ataque de que porventura fosse vítima por parte do Cláudio", lê-se no requerimento.

Ontem, no debate instrutório, foram ouvidas várias testemunhas de defesa, entre as quais constam um irmão e a mãe de Cláudio, vários amigos do engenheiro, bem como a médica de família do advogado. O objectivo da defesa é arquivar o processo com base na tese de que Ferreira da Silva agiu apenas em legítima defesa. "O estado psicológico do arguido era afectado pela humilhação a que era sujeito pelos actos praticados pela vítima contra si e contra os seus familiares", alega a defesa.

Ferreira da Silva diz ainda que o Ministério Público fantasiou a acusação e que possui muita criatividade. "Nenhuma prova permite concluir que o arguido tenha decidido matar uma semana antes. E porque não um mês, cinco, três, dois dias dando largas à criatividade?", questiona a defesa.

O arguido alega ainda, mais uma vez, que no dia do crime pensou que a vítima ia tirar uma arma do bolso.

"O Cláudio deu uma estalada na tia-avó do arguido com a mão esquerda pois guardava a mão direita para um acto iminente que se apresentava para executar", lê-se

Ana Isabel Fonseca e Tânia Laranjo, aqui