O tempo vai relativamente
calmo e Portugal está, finalmente, a banhos.
Serão curtos este ano porque, o mais tardar, lá para a terceira semana de agosto aí vêm as rentrées, os debates e as "arruadas" partidárias, tudo a engrossar, para vencer pelo ruído o desafio de 4 de outubro.
Serão curtos este ano porque, o mais tardar, lá para a terceira semana de agosto aí vêm as rentrées, os debates e as "arruadas" partidárias, tudo a engrossar, para vencer pelo ruído o desafio de 4 de outubro.
Apenas pelo ruído
porque o discurso partidário, tal como o texto dos programas, é mais um
soporífero do que outra coisa qualquer. Não fossem os tambores e a
barulheira mediática e, no dia, ninguém acordaria para ir votar.
Por Bruxelas, Hollande e Schäuble digladiam-se a ver quem constrói mais depressa uma União Europeia económica e política.
Merkel,
ultrapassada pela direita e pela esquerda, assiste com grande hesitação
aos trabalhos da comissão Monti, e à rapidez com que tudo se estrutura
tendo como pano de fundo o método comunitário e não já os acordos
intergovernamentais tão defendidos pela chanceler.
E a matéria que
começa a tomar forma, sendo aparentemente incontornável a assunção da
vontade política para a discutir, passa por temas tão sérios como a
organização de um governo económico para a Zona Euro assente em eurozone
mutual bonds, ou dotações fiscais "desviadas" dos estados membros (do
IVA e IRS/C) e, até, por impostos diretos específicos da União,
designadamente sobre as transações financeiras.
No meio disto tudo um ministro das Finanças e um Parlamento próprio.
No
Norte ninguém foi de férias, Juncker, Hollande, Schäuble e Merkel são
uma espécie de vulcões em atividade seguramente observados de perto
pelos parceiros Nórdicos.
Quando, por aqui, a lava escorrer sem
outra reação que não seja a de fugirmos à queimadela, já devemos ter um
governo que nem de longe nem de perto foi capaz de fazer o pré-aviso.
E
o mais engraçado é que, de repente um primeiro-ministro que muitos já
davam por enterrado, dois alemães que pareciam gémeos e um luxemburguês
que parecia assobiar para o alto, se organizam para obter a médio prazo
uma outra relevância.
É pena, por isso, que mais uma vez os nossos
responsáveis se acomodem a um discurso tão pouco exigente e a uma
cidadania europeia tão intermitente.
Cristina Azevedo, aqui