Esta semana,
vai decorrer a Semana Nacional da Cáritas, entre os dias 20 e 23, com os
peditórios nas missas do próximo domingo a reverter a favor desta instituição,
ligada à igreja.
É a hora dos que ainda têm dispensarem, com toda a clara
intenção, longe da caridadezinha e de tudo o que isso significa de redutor,
alguma coisa de seu aos que nunca tiveram nada ou aos que já tiveram e agora já
não têm.
Por desgraça de uma política que cada vez faz mais pobres. Sabe-se que
aos bolsos dos mais ricos vai o Estado sacar 10% (para não dizer outra palavra)
enquanto aos que pouco têm (classe média que foi substituída por dois milhões a
viver no limiar da pobreza) vai a mesma mãozinha, sem qualquer desfaçatez,
buscar 5%.
Por aqui se vê a tremenda injustiça, a pequena diferença suportada
por uns e outros. Há rostos conhecidos que vão dar a cara por esta campanha. É
certo que a ajuda não tem aumentado, não por graça dos políticos, mas por força
da emigração e alguma retoma económica. Mas as necessidades continuam latentes Nos
distritos (o de Aveiro lidera o número de famílias ajudadas), nas freguesias,
na nossa querida Bairrada.
Quem precisa realmente (há também os que se fazem
pobres, mentindo números, necessidades), já não vai aos postos da Cáritas só
pelas roupas, pelos quilos de alimentos. Ou pelas refeições nos grandes
centros. As necessidades hoje não se ficam pelo vestir e comer. Muitos batem à
porta dos párocos e da Cáritas a pedir ajudas, que não aconteciam antes, para
pagamento da luz, água, aluguer da casa, infantários, medicamentos (quantos
idosos os não tomam por não terem dinheiro!).
A nível nacional, vão participar
2500 paróquias e irá estar na rua um bom exército de voluntários, número
calculado, 4 mil. Sabe-se que o povo português se condói com a dor dos outros,
com a mesa sem pão, com as crianças famélicas; que é visceralmente, solidário,
mas nunca será de mais o que possamos dar para quem nada tem.
Nem que seja
apenas uma moeda de 50 cêntimos. Mas demos, sacrificando algo. O ideal para
presidente da Cáritas é que se verifique um aumento de 10% sobre os resultados
do ano passado (296 mil euros).
Ponhamos em prática o lema da Cáritas, “Unidos
no amor, juntos contra fome”.
Armor Pires Mota no 'Jornal da Bairrada' de 20 de Março de 2013