Todos falam
de imensa corrupção no sistema.
Corrupção é uma das palavras que mais dizemos,
uma das que mais mal cheira e mais males traz à economia. A que mais seca a
Democracia e a corrompe.
Todos sabem nomes, apontam casos, que a justiça não
enxerga ou age tarde de mais. Portugal nesta de burlões, chicos-espertos,
corruptos e corrompidos vai na frente com muitas bandeiras de políticos e
particulares, barões da vigarice ou da filhadaputice nacional. (Rima e é
verdade para vergonha dos honestos que são a maior parte).
A par de algumas medidas tomadas no sentido de combater este mal, que teve picos na última década, Portugal “não tem qualquer estratégia de combate a este fenómeno”, de frente. As leis são ineficazes. Quem o diz é a Comissão Europeia. A justiça faz uma ou outra pega de cernelha, mas de caras é que não, tal como os governos, e o crime continua assim impante e chorudo.
Infelizmente, há políticos do arco da governação que não têm as mãos limpas. 90% dos Portugueses reconhecem esta nódoa. A impunidade continua quase virgem. Os sinais de corrupção são bem visíveis no planeamento urbano. Há muitas investigações, mas muito poucos autarcas condenados.
Quantos políticos e autarcas foram parar à cadeia? Há casos de suborno e tráfico de influências, mas tudo decorre como no melhor dos mundos. 76% das empresas, segundo o dito relatório, são consensuais ao dizerem que a única forma de ter êxito será através de ligações políticas (a começar pelos presidentes de Câmara, estrategicamente eleitos, e a acabar nos dos andares de cima).
As investigações morrem na praia. As leis ou têm buracos e não se conseguem fazer cumprir ou são necessárias outras, de malha mais estreita. Depois, há falta de transparência em muitos negócios do Estado e de fiscalização nos concursos públicos. O Tribunal de Contas diz que as parcerias público-co-privadas (PPP) “carecem de controlo e de supervisão mais apertados”.
Há promiscuidade entre o sector público e privado, favoritismo, falta de transparência nos concursos do poder e fundamentação explícita para a adjudicação. O que falta sobretudo é vontade política para implementar a necessária estratégia nacional e apertar o cerco.
As leis têm de ser aperfeiçoadas para os barões das influências, para os tubarões das águas turvas
Armor Pires Mota, no 'Jornal da Bairrada' de 13 de Fevereiro de 2014