sábado, 7 de dezembro de 2013

ANARQUIA


O reino leva jeito de anarquia. Há uns tantos que na Aula Magna disseram coisas desajuizadas, mas com malévolo intento

H. Roseta (quem a viu e quem a vê) advogou a violência contra a violência do governo (cortes), tal como Vasco Lourenço ameaçou que o governo tem de sair, “se não for a bem, será à paulada”. Ao mesmo tempo, a polícia subia a escadaria da Assembleia da República (AR). 

Parecia que tudo estava previamente combinado. As forças de segurança, que são voluntárias e juraram manter a ordem, dão este perigoso exemplo de desordem. Na semana passada, ficámos a saber também que não pagamos só aos deputados para alguns dormirem ou lerem os jornais ou fazerem leis que os protejam (há sempre um buraco na rede). 

Ou terem outras imerecidas regalias que nem o Bloco errático nem o PCP desdenham usufruir. Afinal, nós agora também pagamos aos deputados para fazerem piquetes, isto é, não deixarem trabalhar quem quer trabalhar. Aconteceu na greve dos correios. 

Deputados do BE e do PCP, aliados nas maldades, juntaram-se ao Arménio Carlos e outros camaradas num piquete. Gostámos de ver que a democracia foi reposta à força (enchem a boca com a democracia, mas cospem-lhe, quando isso lhes dá jeito). Claro, depois, foram para a AR com o disco habitual, coitados, foram ofendidos nos seus direitos (e os de quem queria trabalhar?), impossibilitados de circular, quando que precisamente os piquetes são para dificultar a circulação da outra parte. Para isso é que estavam a dar o corpo aos camiões. Todos sabem que quanto mais depressa circulassem, mais rapidamente iam à vida os motoristas, mas eles embirravam, não queriam que assim fosse. A presidente da AR disse que iria averiguar. A estas horas, ainda vão cobrar horas extras.

A anarquia vai-se instalando pouco a pouco no país. Lisboa sempre foi a perdição do reino. Há uma conjugação de forças e factores que isso configuram. Como a invasão (ordenada) simultânea de quatro ministérios, também na semana passada. A operação, tal como a de qualquer guerrilha, foi montada em segredo. É um arremedo de guerrilha urbana. A CGTP tem as suas “forças”, ou as suas alavancas, na rua
e até na AR: os deputados do PCP e do fragmentado BE. 

Pelo menos, cheira muito às malfeitorias do PREC. 

De má memória.

Armor Pires Mota no 'Jornal da Bairrada' de 5 de Dezembro de 2013