quinta-feira, 14 de novembro de 2013

QUER SUBIR NA CARREIRA? MINTA COM QUANTOS DENTES TEM!

Está cientificamente provado que as crianças que mentem mais - e que sabem fazê-lo convincentemente - quando crescem têm mais sucesso profissional. 

A razão é simples, segundo um neurologista da Universidade de Missouri-Columbia explicou ao The New York Times: “Os miúdos com mais capacidades cognitivas tendem a ser mais mentirosos. Mentir implica processos cognitivos complexos: é preciso manter a verdade presente no pensamento, integrar várias fontes de informação e manipulá-las para criar uma mentira.”

Mas é positivo manter esses (não tão maus, afinal) hábitos na idade adulta? A verdade é que ninguém quer trabalhar com um mentiroso ou ter um colega escorregadio, daqueles que sobrevivem adaptando o discurso e a postura a quem está mais perto em determinada altura. Ninguém contrata um mentiroso. Ou contrata?

Ser trabalhador empenhado e honesto são premissas desejáveis em qualquer colaborador. 

Mas há casos em que uma mentira de ocasião pode resultar num sucesso de carreira, da mesma forma que fingir um tornozelo torcido o livrava da aula de ginástica na escola. Provavelmente você não acredita que trabalha na melhor empresa do mundo, mas talvez tenha jurado que sim quando teve de argumentar com o chefe para conseguir uma promoção. E não terá problemas de consciência ao jurar àquele cliente importante que não há melhor produto, apesar de na sua casa só usar os da concorrência.

Se pensar a fundo na questão, o mais provável é que se lembre facilmente de meia dúzia de meias verdades distribuídas pelo escritório na última semana. Mas não vale a pena horrorizar-se com a constatação. Mesmo que já não seja criança, a mentira é até um instrumento saudável na vida em sociedade - e, necessariamente, no mundo dos negócios. Desde que, obviamente, não ande por aí a enganar toda a gente com quem se cruza - ou pior, a fingir que é médico ou a sacar dinheiro aos mais incautos. Contar uma mentira não é o mesmo que ser mentiroso e desonesto - características incontornavelmente más.

Mas de facto, há situações em que deve mesmo mentir. Não literalmente, mas ajustando aquilo que está a sentir à forma como deve comportar-se em determinada ocasião. Quando vai a uma entrevista de trabalho, por exemplo, ou tem uma reunião importante com o chefe, o mais provável é que sinta as pernas transformadas em gelatina e veja o mundo através de uma névoa, mas deve fazer todos os esforços possíveis por parecer calmo, confiante e seguro daquilo que está a dizer.

Por outro lado, por vezes é mais fácil convencer um cliente a aceitar as suas ideias contando histórias divertidas, mostrando como as coisas podem funcionar na prática. Se não tem uma experiência verdadeira para partilhar, invente uma. Ou torne sua a história que ouviu algures - mas certifique-se de que não escolheu uma daquelas que já toda a gente conhece.

Ou ainda, mais simplesmente: pode odiar o seu chefe, mas não é nada boa ideia deixá-lo transparecer. Então, sorria. E diga a si próprio que até teve sorte, porque há pessoas e empregos bem piores - mesmo que seja mentira.

Joana Petiz, aqui