sábado, 16 de novembro de 2013

CHUVA DE MAIO


BORRACHA LIBERDADE
Faltava-me qualquer coisa para continuar a trabalhar.

- Ó Sandra, não me arranja uma borracha?

Que sim, disse ela.

Foi e veio e trouxe-me a borracha:
- Não sei se esta serve, parece-me dura. – E deu-ma, duvidosa da serventia.

Olhei para a dita e achei-a linda.

Parecia uma medalha, uma bandeira desabotoada ao vento.
- Se calhar não apaga nada… - tornou ela.

E não devia, de facto.

A Liberdade não apaga.

Esboça. Escreve. Regista. Aponta. Desenha.
- E é dura… É dura não é? – Insistiu.

Sim, Sandra, é dura. Porque a Liberdade assenta na Verdade. E a verdade é dura.

Muitas vezes.

Vezes de mais.

Mas só a verdade liberta.