Portugal
está como o tempo, descontrolado.
Não há meio de chegar a primavera. E as
chuvas até já são as grandes culpadas da estagnação, segundo V. Gaspar.
Esta
tirada ficará a fazer parte do anedotário nacional.
Quis fazer gracinha, mas a
coisa não teve piada; antes foi glosada e gozada na praça, numa semana em que
alguém do FMI veio confessar erros no programa de ajustamento do défice da
Grécia.
Quanto às greves, parece que há no país
acesa disputa a ver quem consegue
derrubar o governo: a esquerda unida, com o braço do PCP armado de cartazes e
bandeiras e gritos de fúria? A UGT e a CGTP unidas? Os professores com as greves anunciadas aos
exames e avaliações que têm gerado um diálogo de surdos entre o Ministério e os
vários sindicatos cujos quadros vencem também como professores? O que eu não
sabia é que os sindicatos recebem também milhões de euros do governo, não para
bem usar, mas para partirem o prato.
Se tanto se insurgem contra o governo por
não assegurar o futuro aos jovens (mal), agora estes pouco os comovem, quando
vão ficar nas suas mãos, nervosos, ao ver adiado o fim do ano lectivo, entrar
em stress, em instabilidade emocional, jovens que agora o governo quer defender
(e bem). Tanto uns, com greves constantes, como outros, carregando nos impostos,
são hipócritas declarados.
A greve é justificada, porque os professores, na sua
maioria já trabalham mais de 40 horas (entre escola a casa) e há muito que
estão em mobilidade, mas não é justa porque faz dos alunos seus reféns, causando-lhes
muitos prejuízos. Não valem apelos,
os sindicatos são teimosos. Mas não é seguro que estas greves sejam de franca
simpatia da maioria dos portugueses, sobretudo se são pais dos alunos.
O
governo tem de usar os meios legítimos e ponto final.
Armor Pires Mota, no 'Jornal da Bairrada' de 13 de Junho de 2013