O PS, no seu Congresso, pôs
toda a carne a assar, aproveitando não só para mostrar que está unido, mas
sobretudo que está preparado para governar.
Aliás, o partido não faz outra
campanha senão a de eleições e a do contra
tudo quanto o governo faça. Sempre clamou o PS, e justamente, que
austeridade, sim, mas acompanhada de medidas de ordem económica, para estancar
o desemprego e travar a pobreza em que o país se encontra, onde a esperança é
flor estiolada cada vez mais.
Algumas medidas foram anunciadas, mas não esmiuçadas. O PS menorizou. É evidente pelo menos uma coisa: dinheiro haverá, mas resta saber quem vai investir e em que ramo. Outra verdade é óbvia: quem não o vai fazer são os sindicatos, o PC, o BE, que fazem do desemprego a sua maior bandeira.
Algumas medidas foram anunciadas, mas não esmiuçadas. O PS menorizou. É evidente pelo menos uma coisa: dinheiro haverá, mas resta saber quem vai investir e em que ramo. Outra verdade é óbvia: quem não o vai fazer são os sindicatos, o PC, o BE, que fazem do desemprego a sua maior bandeira.
O Congresso na Feira foi
também o melhor palco para atacar o discurso de Cavaco no 25 de Abril,
convencidos que a salvação do país só chegará com o seu cavalo, passando uma
esponja vergonhosa por um passado recente de regabofe em todos os sentidos.
Dizendo esta anódica coisa: Seguro tem mais influência na Europa do que Passos
e Gaspar. Não se sabe onde: se em França ou na Alemanha. Talvez em Nenhures.
Quem pensou que
fizesse o contrário, enganou-se redondamente. A sanha contra Cavaco, no início,
violenta, foi amaciando no decurso do evento, marcado pela unidade, vá lá
saber-se porquê.
Apesar de certa luta entre
Portas, aproveitada pelo PS a seu favor, para falar de “um governo sem rumo e
apodrecido” e Gaspar (teimoso como o que não dizemos), não haverá a desejada ruptura
a nível da coligação, na opinião de Marcelo.
Gaspar teima em ir buscar dinheiro
às pensões e salários e Portas diz que nunca assinará. Tem razão como muitos
sociais-democratas. Mais cortes cegos, não!
O Congresso serviu ainda para
o pior: cavar mais fundo a ruptura entre os partidos do arco do poder, foguear
as crispações já reinantes.
Há demasiado tempo.
Armor Pires Mota, no 'Jornal da Bairrada' de 2 de Maio de 2013