O tempo dos marretas já foi.
Mas há políticos que ainda o são, por tanta teimosia, coisa que tem tanto de
canhestro como de velhaco. Estamos a falar tanto de Passos como de Seguro ou de
Victor Gaspar, que, tal como Victor Pereira do FCP, tem perdido todas as metas,
mas sonha sempre…
Vá lá, o ministro das Finanças agora ganhou uma batalha.
Portugal tem mais sete anos para pagar a dívida, à condição: tem o governo de
mostrar à Troika, agora mais desconfiada e reservada, onde vai buscar o dinheiro
para contrariar o chumbo do TC que deixou Passos e Gaspar com uma grande azia.
O último logo decretou, para TC ver, a proibição de novos gastos ministeriais, sem sua autorização. O que fez foi abrir mais uma guerra.
O último logo decretou, para TC ver, a proibição de novos gastos ministeriais, sem sua autorização. O que fez foi abrir mais uma guerra.
Passos não tem emenda. Não
ouve ninguém, nem o parceiro de coligação, tão pouco Seguro que se manifestou
contra o facto daquele enviar à Troika o novo plano de cortes, sem ouvir o PS,
e os parceiros sociais. O governo anda sempre a pedir uma sustentabilidade
alargada, mas na prática contraria o que diz.
Aqui damos razão à queixa de
Seguro, ainda que sempre esteja a pedir a cabeça ao P.C. Também, há dias,
Seguro anunciara a remessa de uma carta à Troika que, no entanto, só remeteu
mais tarde, antes da moção de censura. Parece o jogo do gato e do rato.
Todavia, com a Troika cá dentro, Seguro parece mais sensível ao diálogo.
Fica-nos a impressão que os
políticos não têm tempo para pensar ou não têm mesmo cabeça. Olhem o que
sucedeu com a mínima remodelação. Sai um (Relvas), entram dois. Ou Relvas
trabalhava de mais ou o governo não olha a despesas. Sem consultar Portas cujo
partido defende a substituição de Santos Pereira e diálogo com Seguro. PSD e
CDS, que precisam um do outro, falam pouco e arranham-se.
Tudo errado. Quando
era necessária remodelação profunda, para recuperar credibilidade e alavancar a
economia. Já basta de austeridade e tanta asneira junta. Não vamos porém com
Nogueira Leite dizer que “os políticos são todos um nojo”. Alguns. Eu diria que
está tudo um grande nojo, uma enorme confusão.
Armor Pires Mota, no 'Jornal da Bairrada' de 18 de Abril de 2013