quinta-feira, 18 de abril de 2013

PERIGOSAS TEIMOSIAS


O tempo dos marretas já foi

Mas há políticos que ainda o são, por tanta teimosia, coisa que tem tanto de canhestro como de velhaco. Estamos a falar tanto de Passos como de Seguro ou de Victor Gaspar, que, tal como Victor Pereira do FCP, tem perdido todas as metas, mas sonha sempre… 

Vá lá, o ministro das Finanças agora ganhou uma batalha. Portugal tem mais sete anos para pagar a dívida, à condição: tem o governo de mostrar à Troika, agora mais desconfiada e reservada, onde vai buscar o dinheiro para contrariar o chumbo do TC que deixou Passos e Gaspar com uma grande azia. 


O último logo decretou, para TC ver, a proibição de novos gastos ministeriais, sem sua autorização. O que fez foi abrir mais uma guerra.

Passos não tem emenda. Não ouve ninguém, nem o parceiro de coligação, tão pouco Seguro que se manifestou contra o facto daquele enviar à Troika o novo plano de cortes, sem ouvir o PS, e os parceiros sociais. O governo anda sempre a pedir uma sustentabilidade alargada, mas na prática contraria o que diz. 

Aqui damos razão à queixa de Seguro, ainda que sempre esteja a pedir a cabeça ao P.C. Também, há dias, Seguro anunciara a remessa de uma carta à Troika que, no entanto, só remeteu mais tarde, antes da moção de censura. Parece o jogo do gato e do rato. Todavia, com a Troika cá dentro, Seguro parece mais sensível ao diálogo.

Fica-nos a impressão que os políticos não têm tempo para pensar ou não têm mesmo cabeça. Olhem o que sucedeu com a mínima remodelação. Sai um (Relvas), entram dois. Ou Relvas trabalhava de mais ou o governo não olha a despesas. Sem consultar Portas cujo partido defende a substituição de Santos Pereira e diálogo com Seguro. PSD e CDS, que precisam um do outro, falam pouco e arranham-se. 

Tudo errado. Quando era necessária remodelação profunda, para recuperar credibilidade e alavancar a economia. Já basta de austeridade e tanta asneira junta. Não vamos porém com Nogueira Leite dizer que “os políticos são todos um nojo”. Alguns. Eu diria que está tudo um grande nojo, uma enorme confusão.

Armor Pires Mota, no 'Jornal da Bairrada' de 18 de Abril de 2013