Mendes Bota está a irritar o PSD.
Veio criticar os deputados-juristas e defender a bondade do regime de exclusividade dos deputados, uma ideia que tem a oposição feroz da maior parte dos colegas de bancada e que cria embaraço numa altura em que sobe a discussão a plenário, na próxima sexta-feira, um projecto do BE para apertar o estatuto dos deputados.
Ao SOL, Mendes Bota explica que a «única solução que resolve o problema dos conflitos de interesse entre actividade pública e actividade privada é adoptar a exclusividade do mandato de deputado». Depois de ter criticado os deputados que trabalham em escritórios de advogados, em declarações à RTP, na semana passada, insiste que manter a actual situação é continuar «a beneficiar quem se serve da projecção e da influência de um cargo político para retirar vantagens exponenciais na sua progressão profissional e de que Portugal não é parco de conhecidos exemplos».
Por isso, para Bota, o projecto de lei do BE é, até, «insuficiente». Os bloquistas propõem a proibição de os deputados prestarem serviços de consultadoria e assessoria a entidades do Estado e empresas concorrentes a concursos públicos, bem como a proibição de os cônjuges de deputados celebrarem contratos com entidades do Estado.
Na anterior sessão legislativa, o BE entregou o mesmo projecto de lei, que acabou chumbado. Mendes Bota respeitou a disciplina de voto do PSD mas entregou uma declaração de voto para apoiar a intenção dos bloquistas.
Helena Pereira, aqui
