quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

FANTASMAS


Há factos que os políticos esquecem, mas o povo não

Citemos um ou dois no alinhamento da mini remodelação do governo, a nível de secretários de Estado. 

Troca necessária, mas sem necessidade de Passos escolher Franquelim Alves (F.A.). Ao fazê-lo, de ânimo leve, ressuscitou o fantasma do BPN, de que este fora administrador no Grupo Sociedade Lusa de Negócios (SLN, dona do BPN). 


Sabendo das manigâncias, casos de offshores, danosa gestão e  corrupção, não foi capaz de denunciar, encobrindo a situação ao BdP onde estava a dormir na forma Victor Constâncio que, em vez de uma valente corrida, foi distinguido com um bom lugar no Banco Europeu. 

O BPN, o exemplo mais flagrante da corrupção que campeava no país, é um caso de polícia, mas de tanta gente (graúda) envolvida ninguém foi preso. Eles andam por aí. Apenas Oliveira e Costa. Mas o povo não esquece que, ao ser nacionalizado por Sócrates, teve de pagar largos milhões de euros, para depois ser vendido ao preço da uva mijona (40 milhões).

Nomeado F.A., logo o governo foi bombardeado e o próprio teve de justificar o injustificável. Nem Passos (memória curta ou ingenuidade) teve bom senso nem Franquelim teve um pingo de vergonha. “Os tachos” tilintam mais alto. Não é arguido, responsabilizado pelo buraco, tão pouco condenado (quantos são?), mas o caso revela duas coisas: a falta de ética do governo e, para alguns, que “o crime compensa” (Jerónimo).

Outro fantasma levantado. Em nome da unidade do PS. Seguro já começou a falar da obra de Sócrates, a reabilitá-lo, ele que é um dos grandes responsáveis pelo estado de miséria a que o país chegou.

Terceiro fantasma. De todas as greves as que especialmente nos revoltam são as da CP, que, mesmo dividida às fatias para melhor gestão (ou para encaixe de mais uns tantos amigos?) é há muito insustentável. Não factura para pagar os juros, 200 milhões/ano, quando há tanta gente a viajar à borla. 


Com um débito de 3.5 mil milhões de euros, temos de ser nós a continuar a pagar as borlas, os chorudos ordenados dos seus gestores, incapazes de colocar a CP nos carris de vida própria. 

O povo paga tudo, até as asneiras ou a mama de terceiros.

Armor Pires Mota, no 'Jornal da Bairrada' de 7 de Fevereiro de 2013