Devido aos óbvios impulsos suicidas de Passos e Gaspar, o CDS tem desenvolvido um comportamento muito português: quer chuva na eira e sol no nabal, faz parte do governo até ao almoço, mas já é da oposição depois da uma.
Este estado de coisas não merece respeito. A vidinha é feita de escolhas, e o CDS tem escolher o seu caminho de forma clara. Os tempos não estão para ambiguidades. E os tempos só abrem espaço a dois caminhos possíveis para o CDS.
As medidas de Gaspar são a negação quase ontológica do discurso oficial do CDS, mas, estando o país no estado em que está, Portas e seus muchachos têm de engolir o sapo. O segundo caminho passa por roer a corda com o PSD, argumentando que este governo é uma falácia e que não está a fazer aquilo que devia fazer.
Ao sair do governo, Portas deve deixar bem o seu plano para um corte radical na despesa. Estas duas escolhas são legítimas e têm argumentos fortes do seu lado, mas, como é óbvio, também têm custos políticos elevados. Seja como for, são escolhas que merecem respeito.
O que não merece um pingo de consideração é o atual teatro do entra e sai.
O CDS tem de escolher o seu mal menor.
Henrique Raposo, aqui