Basicamente, o escritor, filósofo e consumidor atribui a presente crise que varre o planeta – e a Europa muito em particular – à acumulação de erros estratégicos de tal forma graves que colocam em causa uma ordem estabelecida há séculos.
Em contraponto ao que considera ter sido uma fé cega no optimismo, que nos conduziu ao estado actual, Roger Scruton propõe a apologia do cepticismo e pessimismo, atitudes mais cautelosas que evitariam o ruir da economia.
“A esperança, desligada da fé e sem ser mitigada pela evidência da História, é uma coisa perigosa”, explana, convicto de que a auto-ilusão encerra mais danos do que benefícios.
Na mira do pensador inglês encontra-se tanto a fúria legislativa dos burocratas de Bruxelas como os pedagogos que, desdenhando da tradição, desvirtuaram a educação, ao decidirem que a mesma não tinha que ver com “a obediência e estudo mas com auto-expressão e recreação”.
O resultado da entrega dos nossos destinos colectivos a “embusteiros incompetentes” salta à vista, de acordo com Scruton, célebre pelas opiniões desassombradas em que critica de forma áspera tanto a imigração descontrolada como o fundamentalismo islâmico.
Um exemplo dessa estratégia suicida foi o incentivo irracional ao consumo: “Numa economia de crédito, em que as pessoas procuram desfrutar agora e pagar depois, a responsabilidade está constantemente a diminuir”.
(Sérgio Almeida)
TÍTULO: As Vantagens do Pessimismo
AUTOR: Roger Scruton
EDITOR: Quetzal
PREÇO: 18.50 euros
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