A constatação não vem de um perigoso comunista ou "esquerdista
radical", nem sequer de algum "indignado" enfurecido, vem do respeitabilíssimo
Banco de Portugal.
Noticia com efeito o "Jornal de Negócios" que, no seu
relatório anual, o Banco de Portugal avisa o Governo de "que o sucesso do
programa de ajustamento pode ser deitado por terra pela resistência de lóbis e
pela incapacidade do Governo lhes fazer face".
Mas a incapacidade do Governo para enfrentar alguns
"donos de Portugal" (ou do Governo?) revela-se igualmente na renegociação das
PPP, prevista, tal como a redução das rendas excessivas, no memorando da
"troika".
O Banco de Portugal fala da "capacidade de pressão" de certos lóbis, não
deixando de ser surpreendente, para quem acredita que vive numa democracia, que
um Governo que tão valentemente "resiste" a 100 mil trabalhadores na rua
exigindo empregos, ou a cumprir o programa com que se apresentou aos eleitores,
não tenha força para resistir a um telefonema.
Muito convincente deve ser a voz
do outro lado da linha!
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