quinta-feira, 31 de maio de 2012

BRAÇO DE FERRO COM A CÂMARA MUNICIPAL LEVA AO ENCERRAMENTO DO KARTÓDROMO DE OIÃ

O kartódromo de Oiã está encerrado há cerca de um mês na sequência de um braço-de-ferro entre a Câmara de Oliveira do Bairro e a empresa que explora o recinto.


Francisco Salvadorinho, um dos sócios gerentes do Kart Club de Oiã - Indústria de Turismo e Hotelaria, afirmou ao Diário de Aveiro que a autarquia estranhamente ordenou a cessaçãoda utilização do espaço, ao que a empresa respondeu com uma providência cautelar visando suspender a decisão camarária por entender que é ilegal.

O tribunal aceitou esta diligência mas a Câmara apresentou uma contestação invocando a urgência do fecho, o que impediu o efeito suspensivo imediato da providência cautelar

Neste momento, a empresa aguarda que o tribunal se pronuncie, esperando que seja suspensa a decisão da Câmara para que o kartódromo possa reabrir.

Na origem do diferendo, diz Francisco Salvadorinho ao Diário de Aveiro, está a recusa da autarquia em emitir o alvará de funcionamento alegando que a empresa tem de comprar o terreno, propriedade do município, para prosseguir a sua actividade.

Foi a Câmara que em 1994 cedeu o direito de superfície, gratuitamente, na condição de se instalar um kartódromo, o que foi feito. Foi a Câmara que decidiu instalar o Kart Club de Oiã na zona industrial de Oiã. E foi a Câmara que, por ofício de 19 de Maio de 2008, comunicou que o processo de legalização das instalações tinha sido aprovado em 19 de Maio de 2008, conta o sócio gerente.

Recentemente, acrescenta, a edilidade informou a empresa que está prejudicada a emissão de alvará porque o lote é propriedade da Câmara.

Ou seja, conclui Francisco Salvadorinho, existe licenciamento mas apenas falta um título o alvará que titula esse licenciamento porque o município entende que a emissão do mesmo está prejudicada dado ser ele o proprietário do terreno.

Depois disto tudo vem a Câmara invocar que o kartódromo tem de fechar porque não tem alvará? E que não emite alvará porque o kartódromo não lhe compra o terreno?, indigna-se.
Compra do terreno em estudo.
O responsável adianta que já foi equacionada a possibilidade de comprar o terreno mais do que uma vez, mas as partes nunca chegaram a acordo.

Existe ainda a possibilidade de aquisição da propriedade através da figura da acessão imobiliária industrial, atendendo ao valor do lote à data em que o Kart ali se instalou.
No entanto, desde que a Câmara optou por determinar a cessação das actividades do kartódromo nunca mais ouve conversações.

Por outro lado, a Câmara nunca solicitou a restituição do lote onde esta o kartódromo. A empresa está disponívelpara restituir o lote desde que a Câmara pague a necessária indemnização por benfeitorias, sendo que no lote em causa foram investidos aproximadamente 700 mil euros com o conhecimentoda autarquia.

De acordo com Francisco Salvadorinho, neste momento está em causa a viabilidade da empresae o emprego directo de oito pessoas. Indirectamente, está ainda em risco a relação com inúmeros fornecedores.

Retirada daqui