Pais do advogado assassinado em Oliveira do Bairro poderão visitar a neta de quatro anos, desde que seja na presença da psicóloga e com acordo das partes quanto ao dia.
A decisão da juiza encarregada do processo surpreendeu os avós. À luz de episódios anteriores, dado o difícil e mesmo inexistente relacionamento, a família de Cláudio Rio Mendes não vê condições para chegar a entendimento.
As visitas, segundo a decisão judicial, terão de ser no local que a psicóloga da menina vier a indicar, possivelmente o seu consultório, uma vez por semana, em dia a fixar pelas partes, e a consulta paga pelos pais do falecido.
"Na prática, os termos são inócuos", explicou a advogada no processo parental da família de Cláudio Rio Mendes.
O despacho da juiza vai ser alvo de recurso para a Relação de Coimbra, porque a representante legal esperava que o tribunal "cumprisse a função de fixar e intervir".
Os avós paternos aceitavam a mediação da psicóloga na visita semanal, desde que na sua residência.
A mãe da menina, que compareceu na conferência de partes, requereu uma avaliação psicológica dos pais do ex-companheiro.
Terão sido feitas outras recomendações pela juiza, nomeadamente que não sejam mostradas fotos do pai ou contado que faleceu.
Depois do homicídio de Cláudio Rio Mendes, 35 anos, a 5 de Fevereiro deste ano, a criança manteve-se sempre à guarda da mãe, uma juíza actualmente colocada na Comarca de Cantanhede.
Como acontecia antes do crime, mãe e menina vivem sob o mesmo tecto do homicida confesso, António Ferreira da Silva, 63 anos, a aguardar julgamento em prisão domiciliária.
O crime aconteceu no parque de lazer da pequena localidade bairradina da Mamarrosa, durante uma visita de Cláudio Rio Mendes.
O pai da ex-companheira compareceu no local armado, tendo a criança ao colo na altura em que desferiu os tiros mortais.
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