António Ferreira da Silva, o engenheiro que matou o ex-genro a tiro, em Fevereiro, no parque da Mamarrosa, Oliveira do Bairro, vai ser julgado por homicídio qualificado, incorrendo assim numa pena que pode ir até aos 25 anos de cadeia.
O Tribunal da Relação de Coimbra decidiu alterar a qualificação jurídica do crime por considerar que o arguido agiu por motivo fútil e que ao ir armado para o encontro mostrou que já ia com intenção de assassinar Cláudio Rio Mendes. Na decisão instrutória, o arguido tinha sido pronunciado pela forma mais simples do crime.
"Quem tem medo e receio evita encontros, não se arma para os mesmos. É logo de questionar porque vai o arguido para um encontro com a neta com uma pistola carregada", diz o acórdão da Relação de Coimbra a que o CM teve acesso.
Os juízes desembargadores salientam ainda o facto de o homicida, que actualmente está em prisão domiciliária, se ter aproximado do advogado antes de disparar. "Correu para a vítima para disparar mais perto e acertar na zona do peito do lado esquerdo", lê-se no acórdão.
A Relação diz ainda que o arguido que quando disparou estava com a neta ao colo, agiu sem motivo e que escolheu uma arma de fogo por saber que era o meio que lhe daria menos hipóteses de falhar. O acórdão ressalva que Cláudio não teve qualquer hipótese de se defender, uma vez que foi atingido pelas costas.
Ana Isabel Fonseca e Tânia Laranjo, aqui