segunda-feira, 28 de novembro de 2011

DIVORCIADO PROCESSA FOTÓGRAFOS DO SEU CASAMENTO. HÁ LACUNAS. QUER REPETIR TUDO

O casal em tempos mais felizes O fotógrafo estava lá. Na verdade, eram três. Mas não apanharam tudo.

Falharam a última dança (a festa durou seis horas), e o momento em que a noiva atirou o ramo de flores. Terá sido isso que deu má sorte?

O facto é que o casamento não durou muito. Em 2008, Todd J. Remis e a sua bela Milena Grzibovska, letona de origem, separaram-se. Dois anos mais tarde concluiu-se o divórcio, e ela terá regressado ao seu país.

Todd não se conformou. Agora, ao fim de anos, processou a empresa que fotografou o casamento. Queixa-se das fotos não feitas, e da má qualidade das outras. Exige que lhe devolvam o dinheiro pago: 4100 dólares. Mas mais importante, pede 48 mil dólares para recrear o casamento inteiro e obter finalmente as imagens em falta.

A importância das memórias
O caso suscitou boa disposição por parte da juíza, que citou as letras de uma canção de Barbra Streisand para ilustrar a ideia de memórias que são mais importantes do que a realidade.

Parte do que Remis pedia - em especial, uma indemnização por danos emocionais - foi logo afastado pelo tribunal. Mas o resto ficou. E já obrigou a firma H&H Photographers a gastar uma pequena fortuna em advogados. Pelo menos tanto como o queixoso pede.

Fundada por um judeu europeu que fugiu para os Estados Unidos durante a II Guerra Mundial, a H&H tem 65 anos. Diz que é a primeira vez que lhe acontece uma coisa assim. Considera-se vítima de um abuso do sistema judicial, até porque Remis só processou ao fim de seis anos.

Remis responde que teve de ser agora porque o prazo estava a chegar ao fim.

Dificuldades logísticas
Ainda que o tribunal lhe venha a dar razão - o que está longe de ser garantido - Remis enfrentará inúmeras dificuldades logísticas. Quem lhe garante que os participantes originais no casamento se disporão a participar na reconstituição?

A confirmar-se que a sua ex-mulher regressou à Letónia, dispor-se-á ela a viajar até aos EUA só para se deixar fotografar amorosamente nos braços do homem de quem se separou, ou a atirar um ramo de flores?

Ou dar-se-á o caso de Remis, um analista financeiro desempregado há dois anos, estar tão necessitado de dinheiro que qualquer pretexto serve - mesmo um projeto tão absurdo como o que ele agora propõe?

Uma imagem (ausente) vale muitas palavras (em tribunal). Estas valem dinheiro. Pelo menos é o que ele espera. A ver se desta vez tem sorte

Luís M. Fariaaqui