Avançado do Real Madrid e da selecção nacional recebeu a segunda Bota de Ouro da carreira, esta tarde, em Madrid, e juntou-se a Eusébio e Fernando Gomes como os "bibota" portugueses.
Cristiano Ronaldo já recebeu, esta tarde, a segunda Bota de Ouro da sua carreira. Em Madrid, o avançado fez questão de começar por dedicar o prémio aos portugueses e em português. "Sou português e este é um prémio para todos os portugueses", referiu o capitão da selecção nacional, que logo de seguida estendeu os agradecimentos: "Quero agradecer a todos os que estão aqui. Quero reparti-lo com os meus companheiros, equipa técnica, estrutura do Real Marid, adeptos, família, namorada, todos foram muito importantes para o que eu fiz no ano que passou."
A entrega da Bota de Ouro foi feita pelas mãos de Eusébio e Di Stéfano. Ronaldo não escondeu o sorriso de felicidade, beijou o troféu e milhares de fotografias se seguiram. "É um orgulho estar sentado com grandes lendas do futebol. Um prazer enorme ter ganho a Bota de Ouro pelo segundo ano. Quero desfrutar deste momento, não sei se algum dia irei receber a terceira Bota de Ouro. Não penso nisso", afirmou.
Comparando este prémio com a Bola de Ouro para o Melhor Jogador do Mundo, atribuído pela FIFA e para o qual o português também volta a estar nomeado (já ganhou o prémio em 2008, perdeu os dois últimos para Messi), Ronaldo anotou uma diferença esclarecedora: "Para este prémio não dependi dos votos de ninguém".
De resto, o avançado do Real Madrid não se mostra incomodado com a rivalidade com o argentino Messi, do Barcelona, e garante que não preferia viver numa época sem Messi: "Não, é melhor, muito melhor assim. Quando se compete com os melhores vê-se quem é o melhor."
A Cristiano Ronaldo, mais do que a qualquer outro jogador do mundo, ama-se ou odeia-se. O internacional português não se mostra preocupado com isso. "Nem Deus agradou a todos, como posso eu fazê-lo?", relativizou. Tal como relativizou também as recentes declarações do ex-seleccionador português Carlos Queiroz, que anunciou o voto em Messi para melhor jogador do ano. "É uma excelente escolha", reagiu de forma lacónica à insistência da pergunta.
Ronaldo chegou ao Hotel Intercontinental pouco depois 15.00 horas, visivelmente satisfeito, e sentou-se com Di Stéfano e Eusébio, duas figuras históricas do futebol.
Presentes na sala do Hotel Intercontinental, em Madrid, estavam também Miguel Relvas, Gilberto Madaíl, Paulo Futre, Florentino Pérez, entre outras figuras, para a consagração do internacional português.
Vítor Serpa, director do jornal A Bola, foi o primeiro a discursar na cerimónia de entrega da Bota de Ouro a Cristiano Ronaldo. Fez referência a grandes jogadores como Pelé, Zidane, Eusénio, Di Stéfano, e não poupou elogios ao internacional português. "Obrigado Cristiano, obrigado pelos teus golos fantásticos", agradeceu Serpa, que elogiou o percurso de Ronaldo.
Eusébio discursou e dirigiu-se a Ronaldo também em tom de agradecimento. Sublinhou o facto de Cristiano ser ainda novo, com 26 anos, e que está a jogar numa grande equipa. "Tem 'gana' de trabalhar muito. É um rapaz que ouve os conselhos dos mais velhos, vai ganhar muitas Bolas de Ouro", afirmou Eusébio.
Ao receber o troféu, Cristiano Ronaldo torna-se, aos 26 anos, no terceiro 'bibota' de ouro português, igualando Eusébio - máximo goleador europeu nas épocas 67/68, com 42 golos, e 72/73, com 40, sempre com a camisola do Benfica -, e Fernando Gomes - em 82/83, com 36 golos, e 84/85, com 39, ao serviço do FC Porto.
Três anos após ter conquistado o troféu de 'rei' dos goleadores dos campeonatos europeus ao serviço do Manchester United, com 31 tentos, o internacional português fez ainda melhor, ao marcar 40 pelo Real Madrid e batendo os melhores registos da história da Liga espanhola, iniciada em 1928/29.
Com o pé direito, o esquerdo ou de cabeça, de livre directo, grande penalidade ou bola corrida, o número 7 dos 'merengues' foi o pior pesadelo dos guarda-redes, como demonstra a média de mais do que um tento por jogo.
Cristiano Ronaldo até ficou em 'branco' em 16 jornadas, mas, nas restantes 18 em que participou, contabilizou dois 'pokers', quatro 'hat-tricks', oito 'bis' e ainda um tento em outros quatro embates.
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