As parcelas Montarro, com a casta Touriga Nacional, da Quinta de Baixo (1.º lugar); Figueira da Costa, com a casta Merlot, de Dulcínea dos Santos Ferreira (2.º lugar) e Inteiriços, com a casta Baga, de António Gilberto Costa (3.º lugar), foram as grandes vencedoras da sétima edição do concurso “As melhores vinhas da Bairrada 2011”.
A cerimónia de entrega de prémios teve lugar na última sexta-feira, na Estação Vitivinícola da Bairrada (EVB) e ficou marcada pela fraca adesão de viticultores da região, pela diminuição do número de concorrentes, desta feita apenas 12, mas também pela ausência de dois dos três premiados.
A iniciativa, liderada pela Comissão Vitivinícola da Bairrada (CVB) em parceria com a Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Centro (DRAPC), visa estimular e divulgar o que de melhor se faz na Bairrada no que se refere à cultura da vinha, num quadro mais de cooperação do que de competição entre os concorrentes. Isso mesmo foi destacado por José Pedro Côrte-Real, da CVB. “Embora com altos e baixos, são reconhecidos ao concurso mais -valias, não só porque realça as boas práticas na vinha, mas porque mostra também os bons exemplos de viticultura na região”, disse, acrescentando que “o concurso tem concorrido positivamente para a melhoria das vinhas da Bairrada” e “promove o intercâmbio e confronto de ideias, conseguindo que as parcelas candidatas sejam autênticos mostruários de boas práticas agrícolas e promover muito especialmente a preservação do património paisagístico, valor que poderá contribuir de forma decisiva para o desenvolvimento harmonioso e sustentado da região”.
Na oportunidade, José Santos, da DRAPC, diria que este tipo de acções é uma mais-valia, na medida em que são uma forma de “trazer ao viticultor e ao público, em geral, melhor conhecimento sobre o que de novo se vai fazendo na área da viticultura”, assim como são acções que ajudam a estreitar relacionamentos entre os vários agentes.
Também César Almeida, presidente do júri, não deixou de destacar a parceria e patrocínio estabelecido com importantes marcas (Bayer CropScience; Syngenta; Benjamim F. Limede; JLSP; Crimolara e BMS Micro Nutrientes Ibéria), e o facto dos 12 “corajosos” concorrentes terem aceite submeter as suas parcelas a avaliação do júri.
Tal como nas edições anteriores, foram realizadas três visitas às vinhas, em três períodos distintos do ano, pelo júri coordenado por César Almeida. O júri teve em atenção não só a casta, a sua densidade na parcela, falhas, como também a condução na videira, qualidade da uva, aspecto sanitário. E o saldo não podia ser melhor: “constatou-se que o ano foi relativamente bom, com aumento de produção nas castas brancas e tintas e que as vinhas estão a ser mais cuidadas, com intervenções culturais adaptadas ao ano vitícola e com mais profissionalismo”.
Sérgio Silva, da Quinta de Baixo, vencedor do 1.º prémio, referiu aos jornalistas estar satisfeito com a distinção, que é o reconhecimento, ao fim de três anos de participação no concurso, para o trabalho que vem sendo feito na vinha.
“É um concurso importante e motivador para quem trabalha na viticultura, pois é da vinha que sai o bom vinho”, acrescentando ser o produtor da região que trabalha com o compasso mais apertado, de 5.500 pés por hectare, quando a média é de 2.700 pés, “o que obriga a um trabalho mais atento e cuidado na vinha”.
Durante o evento, tiveram lugar duas palestras da responsabilidade dos patrocinadores, neste caso da Bayer Cropscience e da BMS.
Catarina Cerca, aqui